Assalto ao banco onde os clientes depositam o coração. O filme noir que leva duas portuguesas aos Césares
O filme de animação "Entre Sombras", de Alice Eça Guimarães e Mónica Santos, está nomeado para os prémios César, atribuídos pela academia francesa de cinema. A TSF conversou com as realizadoras.
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Depois de "Amélia e Duarte" (2015), a primeira curta-metragem que fizeram a quatro mãos, Alice Eça Guimarães e Mónica Santos quiseram manter a técnica mas procurar um desafio diferente. Depois das cores vivas e tecnicolor, as realizadoras procuraram outros tons, e o preto e branco veio dominar o "Entre Sombras", numa homenagem ao cinema noir.
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Quanto à técnica, o filme volta a unir no ecrã a imagem real com a animação de fotograma a fotograma em pixilação, uma técnica de stop motion com atores e objetos reais, onde cada plano é trabalhado meticulosamente para o resultado final.
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"Entre Sombras" conta a história de Natália, uma funcionária de um banco, onde clientes depositam o coração com receio que seja roubado ou porque não o vão confiar a mais ninguém. Dias de rotina até que, um dia, um coração é roubado.
Interpretado pelos atores Sara Costa e Gilberto Oliveira (a mesma dupla de "Amélia e Duarte"), a curta respeita todos os elementos do cinema noir: não faltam jogos de luz e sombra, gabardines e chapéus, e uma narração de voz sedutora.
A curta-metragem é uma produção da portuguesa Animais AVPL em coprodução com a francesa Vivement Lundi! e a Um Segundo Filmes (portuguesa). Chega aos prémios César com um longo percurso internacional e presença em vários festivais, onde arrecadou mais de uma dezena de prémios e menções honrosas.
Um percurso que começou com a estreia no Festival Animafest Zagreb, na Croácia, onde foi distinguido com o Prémio do Público, e com a presença no 26.º Curtas Vila do Conde - Festival Internacional de Cinema , onde também arrecadou o Prémio do Público.
Nos Césares, "Entre Sombras" vai competir com "La Mort, Père & Fils", de Denis Walgenwitz e Winshluss, "Raymonde ou l'évasion verticale", de Sarah van den Boon, e "Vilaine fille", de Ayce Kartal. A cerimónia vai decorrer no dia 22 de fevereiro.