A candidatura foi entregue pela Câmara de Tondela, no ano de 2023, e vai agora passar a receber uma ajuda preciosa para a conservação do ofício
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O processo de produção do barro negro de Molelos, no concelho de Tondela, foi inscrito, esta quarta-feira, no Inventário Nacional do Património Cultural Imateria. O anúncio foi publicado em Diário da República, na sequência de uma candidatura apresentada em junho de 2023, pela Câmara de Tondela.
Com este reconhecimento, esta arte de produzir peças em barro negro vai passar a receber uma ajuda preciosa para a conservação do ofício, "não só a parte física das peças, mas também a forma como são cozidas e decoradas", garante à TSF a presidente da Câmara de Tondela, Carla Borges.
Com isto, acrescenta a autarca, trabalhar para conservar esta arte passa também a ser "uma obrigação da nação", deixando de ser um património "só de Molelos".
Há testemunhos da prática desta arte no município pelo menos desde finais do século XIX. Hoje em dia, há sete oleiros ou ceramistas do barro negro em Molelos, dois dos quais mulheres, e todos a trabalhar a tempo inteiro.
"Têm empresas e vendem o barro como atividade profissional", garante a presidente de Tondela, o que, na opinião da autarca, é a prova de que a olaria do barro negro "está conservada e está viva".
Não há, nesta altura, numa oferta formativa para quem queira aprender a arte de fabricar peças em barro negro. O ofício é passado de geração em geração, graças aos poucos artesãos que ainda trabalham nesta arte. Ainda assim, a Câmara Municipal de Tondela assegura que tem feito ações de sensibilização nas escolas, para que os mais novos entrem em contacto com a olaria do Barro Negro.
Desde março de 2024 que o Barro Negro de Molelos é um produto artesanal certificado, encontrando-se inscrito no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas, na sequência de um processo liderado pela autarquia.
