A curta-metragem "Humores Artificiais", de Gabriel Abrantes, está em competição no festival de cinema de Berlim e fala da improvável história de amor entre um robot e uma índia brasileira.
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Em "Humores Artificiais", o realizador Gabriel Abrantes revisita o humor e a inteligência artificial com uma abordagem antropológica.
"Compreender o humor dos outros, seja um pessoa de outro país, como uma cultura indígena, podia ser uma forma de criar inteligência", disse Gabriel Abrantes à TSF, acrescentando que trabalhou sobre a teoria de que "quando se conseguia trocar piadas com alguém, conseguias dizer que tinhas um laço, não só afetivo mas também linguístico, e também uma capacidade de construir e desconstruir puzzles com a outra pessoa".
A curta, rodada em São Paulo e no Xingu, um parque indígena brasileiro, junta um robot carismático, uma aldeia de índios e um amor improvável, sendo que a história se torna legítima devido a uma grande aposta na pós-produção.
"Este robot acabou por ser feito em digital pela Irmã Lúcia, uma empresa de efeitos especiais, ali no Bairro Alto, que fizeram um trabalho incrível, sobretudo a nível de animação, todos os tiques, um bocado queridos, que nos fazem empatizar com esta esfera flutuante, a animação que eles conseguiram foi mesmo incrível, tem ali um aspeto Disney ou Pixar", explicou.
Gabriel Abrantes esteve presente na competição de curtas-metragens do festival Berlinale em 2016 e volta a competir na mesma secção este ano.
O realizador é um dos quatro portugueses em competição na secção de curtas do festival de Berlim, juntamente com Salomé Lamas, Gabriel Costa Amarante e João Salaviza. Na secção principal, Portugal está representando pela longa-metragem "Colo", de Teresa Villaverde.
A Berlinale começou a 9 de fevereiro e decorre até dia 19 na capital alemã.