A iniciativa partiu da junta de freguesia que anda há cinco anos a trabalhar no processo
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É o bolo tradicional de Monchique confecionado com quatro ingredientes que ainda se encontram na serra: farinha de milho, mel, azeite e banha de porco.
José Duarte da Silva, presidente da junta de freguesia de Monchique, conta que antigamente quem fazia o bolo deslocava-se ao moinho para comprar aquela que considerava ser a melhor farinha para confecionar o doce. Hoje, os moleiros já não habitam na serra, mas a tradição continua com alguma inovação.
Há já quem adicione ao bolo canela, cacau, erva-doce e até chá, dando a cada um dos bolos um toque pessoal. O bolo não é muito alto (como o nome indica, é confecionado num tacho) e era antigamente cozido em forno de lenha.
A tradição levava a população a fazer piqueniques na Serra de Monchique, no dia 1 de maio, altura em que todos partilhavam o seu doce.
Atualmente são três as juntas de freguesia (Monchique, Alferce e Marmelete) que realizam arraiais populares nessa data, onde pedem às pessoas que tragam o seu bolo para partilhar. “Chegamos a ter 60, 70 bolos que depois são partidos aos bocadinhos e partilhados pelas centenas de pessoas que acorrem ao quintal da junta de freguesia onde fazemos a festa”, diz José Silva.
Esta festa comprova que todos os bolos são diferentes, pois permite reunir e provar dezenas de receitas executadas pela comunidade.
A proposta para tornar este bolo de tacho (também conhecido como bolo de milho ou de maio) como Património Cultural Imaterial entra agora na fase final, com a consulta pública que vai durar 30 dias.