Braga 25 procura ideias para dar nova vida aos centros comerciais de primeira geração

Dar uma nova vida aos centros comerciais de primeira geração. Este é o objetivo do projeto "Shopyard", inserido na programação da Braga Capital Portuguesa da Cultura 2025.

Muitos destes edifícios nasceram, durante as décadas de 1980 e 1990, em espaços centrais da Cidade dos Arcebispos, mas, nos dias que correm, centros comerciais de primeira geração como as Galerias Lafayette ou Santa Cruz têm perdido encanto e público, com muitas das lojas a fechar portas. Este é o desafio que o projeto "Shopyard" tem pela frente e está à procura de contributos. 

Até ao final de outubro, está aberta uma convocatória, com vista a selecionar cinco propostas artísticas para serem desenvolvidas com o auxílio dos curadores, os Space Transcribers. Trata-se de uma oficina de investigação em arquitetura coordenado pelos arquitetos Daniel Duarte Pereira e Fernando P. Ferreira. Sediados em Braga desde 2015, exploram modos de investigar, representar e imaginar o ambiente construído de forma colaborativa. 

Podem participar artistas e criativos, a título individual ou coletivo, naturais ou residentes no concelho de Braga, a título de exemplo, estudantes, que trabalhem as áreas das artes plásticas, arquitetura e design.  

Daniel Duarte Pereira acredita na cultura como um meio para a reativação destes espaços, logo a ideia passa por desafiar os interessados a “interagir com os lojistas e produzir criticamente peças que ajudem a 'reimaginar' o futuro destes espaços ou identificar problemas”.

Os projetos selecionados farão parte de uma exposição final que irá transformar uma loja do rés do chão do centro comercial Santa Cruz. Antes, haverá espaço para cinco residências em diferentes centros comerciais de primeira geração da cidade bimilenar.

Para além da criação, o "Shopyard" pretende incitar à reflexão. Com esse objetivo em mente, o curador revela que serão dinamizadas “assembleias de pensamento” com responsáveis dos diferentes centros comerciais de primeira geração do concelho. Os organizadores convidaram também responsáveis por “exemplos interessantes” a nível europeu, de modo a tornar esta discussão de âmbito não só local como internacional. 

A programação prevê também a organização de uma escola de verão para estudantes de arquitetura internacional e oficinas com atividades direcionadas para o têxtil ou fotografia para o público. Tudo ao longo de 2025, ano em que Braga será Capital Portuguesa da Cultura, e em estreita colaboração com os lojistas dos diferentes equipamentos comerciais. 

As candidaturas podem ser feitas no site da Braga 25. Estaconvocatória tem uma dotação total de 10 mil euros, sendo atribuído um apoio no valor de dois mil euros por projeto. Nesse valor estão incluídos os honorários, a produção e todas as despesas necessárias para a execução do projeto.