Um projeto que junta avós e jovens mães vai levar ao palco do festival Tremor um espetáculo para perpetuar a tradição das canções de embalar açorianas.
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"Dorme meu menino, dorme meu amor, que a faca que corta faz golpes sem dor, dorme meu menino, que a mamã tem que fazer, vai lavar os teus paninhos e logo vai coser...". Assim se cantavam canções embalar nos Açores. As letras foram recordadas por um grupo de avós e registadas em áudio para que perdurem.
Descobrir, registar, partilhar, envolver e transformar tudo num espetáculo é o objetivo do projeto Acalanto, uma residência artística que decorre no festival Tremor, entre 20 e 24 de março, em São Miguel, nos Açores.
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Orientada pelo coletivo PELE, esta residência propõe a criação de um espaço de encontro para diferentes gerações, a partir de histórias e canções de embalar.
"Vamos iniciar um trabalho com dois grupos distintos, um grupo sénior e um grupo de jovens mães ou jovens grávidas. Por um lado vai ser recolhido todo o material das canções de embalar com o grupo sénior e, por outro, as jovens vão servir como performers, como corpos que vão receber esta informação", explica Fernando Almeida, membro do coletivo.
A residência artística começo no dia 18 de março, mas antes houve um trabalho de recolha com o apoio de várias entidades locais (como o Centro Mãe Mulher, a Associação Candelária ou o Centro Hospitalar). A partir das canções de embalar, será depois construído um espetáculo colaborativo que inclui seniores, grávidas e outros habitantes da ilha de São Miguel.
O projeto é direcionado ao público familiar e está integrado na secção Mini-Tremor, a secção do festival de criação artística dirigida as às crianças.
A edição deste ano do festival Tremor conta com mais de 50 propostas culturais que pretendem criar novas rotas de criação e fruição artística na maior ilha do arquipélago açoriano .