Esta quinta e sexta-feira, às 19h, esgotam-se as cinco datas que levam ao Jardim de Inverno do Teatro S. Luiz, em Lisboa, as canções de Chico Buarque cantadas por Cristina Branco com a envolvente musical do Mário Laginha Trio.
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Foi do desafio/convite lançado a Cristina Branco por Anabela Mota Ribeiro (curadora do "Folio - Festival Literário de Óbidos") que nasceram estes espetáculos onde a vastíssima obra de Chico Buarque é recriada, passe o termo, por uma voz que não se deixou espartilhar nos cânones do Fado e se tem espraiado por outros universos musicais.
Aceite o repto, Cristina Branco não teve dúvidas quanto à escolha dos companheiros para esta jornada, onde o mote era (é) a poesia e a música de Chico Buarque (esse "génio de olhar marítimo" como Cristina lhe chama): quem melhor do que Mário Laginha e o seu atual Trio (Bernardo Moreira no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria) para darem corpo à genialidade da autoria e composição de Buarque? E quem conhece Mário Laginha, sabe que o pianista não perde uma oportunidade de mergulhar em propostas que o apaixonem... como era o caso.
Estava encontrada a equipa maravilha que, depois da estreia em Óbidos, montou residência artística durante seis fins de tarde no Jardim de Inverno no S. Luiz, sendo esta quinta e sexta-feira as duas últimas oportunidades para ouvir, em Lisboa, temas que são marcos da MPB, na voz multifacetada de Cristina Branco, enquadrada pelo trio liderado por Mário Laginha e cujos integrantes são, por si só, um luxo.
Com alinhamentos diferentes (ou quase) de concerto para concerto (a obra de Chico Buarque é tão vasta e tão rica que dá para tudo) este projeto "Chico Buarque por Cristina Branco e Mário Laginha Trio" promete voltar à ribalta, havendo já algumas datas agendadas mas ainda não reveladas, para um qualquer palco perto de nós. É esperar para ver porque, se estivermos a pensar numa eventual edição discográfica para nos deliciarmos a posteriori, o melhor é esquecer, visto essa hipótese não estar escrita, sequer, em pensamentos.