Entre eles estão vários jovens premiados internacionalmente. Portugueses é que há poucos. Contam-se pelos dedos de uma mão.
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Mais de 70 jovens pianistas de todo o mundo estão, esta semana, em Coimbra para o II Encontro Mundial de Piano, com vários concertos repartidos entre Coimbra, Figueira da Foz e Santarém.
É apenas a segunda edição, mas está consolidado internacionalmente e a Ásia domina no número de participantes.
No palco do conservatório de Coimbra, dois pianos de cauda preenchem o espaço. Lado a lado, professor e aluno, vindos de Kyoto, no Japão, dão vida ao momento que abriu o Encontro Mundial de Piano.
Os pianistas e os aspirantes a esta arte vêm dos quatro cantos do mundo, garante Manuel Araújo, professor na Academia Internacional de Música Aquiles Delle Vigne, que organiza o evento. "Maioritariamente asiáticos, quase 50%. Muitos dos Estados Unidos, Canadá e europeus".
No total são 80 pianistas, professores e alunos, que vão passar pelo Conservatório de Coimbra, mas também pela Figueira da Foz e pelo Sardoal. Uma semana dedicada ao piano para "mostrar que a música clássica está viva. E, infelizmente, a música clássica europeia é mais defendida na Ásia do que na própria Europa", afirma.
E se o encontro fosse em si um piano, os portugueses ficavam nas teclas pretas, pois são em menor quantidade. Manuel Araújo refere que o motivo é financeiro. "Penso que o evento, apesar da dimensão que tem, é quase autossustentado e tem preços muito altos para os participantes. Ainda não conseguimos arranjar bolsas para os portugueses, por isso o número é muito baixo, mas com grande qualidade".
Ainda assim, a organização garante que o Encontro Mundial surgiu para proporcionar o contacto dos pianistas portugueses com renomados professores internacionais. "Os portugueses pagam sempre muito para ir lá fora estudar com estes professores, mas é fácil inverter a balança e trazê-los cá".
O palco principal do Encontro Mundial de Piano é o Conservatório de Coimbra.
O pianista russo Andrey Pisarev, do Conservatório de Moscovo, a alemã Gerlinde Otto, Angeline Chang, dos Estados Unidos, e Pasquale Iannone, do Conservatório de Bari, em Itália, são alguns dos professores participantes.
O Encontro Mundial de Piano tem três momentos: aulas, concertos diários e o concurso Franz Liszt. No final da semana, os finalistas deste concurso serão acompanhados pela Orquestra Filarmonia das Beiras, no próximo domingo, no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. Este é mesmo o único momento que não terá entrada gratuita. Em todos os outros concertos a entrada é livre.