Crónica de cinema: Claire Denis desencontrada e Binoche e o seu souvenir em San Sebastián
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Neste festival, com um certo toque lusitano, há uma coprodução luso-espanhola que trouxe à Cidade da Concha Daniel Blaufuks e Ana Moreira, protagonista de Una Pelicula de Miedo, do brasileiro Sergio Oksman. Mas não é o único filme com a língua portuguesa em destaque por aqui. Por estes dias desfilam as curtas Sol Menor, de André Silva Santos, vencedor do Curtas Vila do Conde, e A Solidão dos Lagartos, de Inês Nunes, descoberto em Cannes. Na secção Zalbategui um objeto orgulhosamente off, Duas Vezes João Liberada, de Paula Tomás Marques.
No segundo dia do festival grande desilusão na competição: The Fence, de Claire Denis, viagem a uma África imaginada por Bernard-Marie Koltès. É seguramente o pior filme da cineasta de Com Amor e Raiva. Matt Dillon à toa numa parábola sobre o olhar branco em África. O problema do filme não é ter teatro a mais, é precisamente estar perdido no seu huis-clos.
Também se pode falar de desilusão na estreia de Binoche na realização. Apresentou In-I In Motion, o seu making of sobre o espetáculo que fez em 2009 com Akram Khan. Tem algo de vaidade, de soberba. Às vezes até parece showreel, autopromoção pura.
