Crónica de cinema: festival de San Sebastián arranca com manifestações pela Palestina e crianças mal-comportadas
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Começou com nuvens negras e um calor insuportável a 73.ª edição de um dos maiores festivais de cinema do mundo, San Sebastián, Donostia. E no lugar do aparato da red carpet uma manifestação de apoio da população basca em torno da causa da Palestina. A palavra genocídio foi ouvida em massa. Depois de Veneza, outro festival invadido com a revolta popular.
Mas a abrir a secção Novos Realizadores tempo para o humor social de Jonathan Etzler em Bad Apples, uma comédia negra, negríssima, com Saoirse Ronan como professora da primária a contas com uma maçã podre da sua classe. Um estudo corrosivo do sistema de ensino no Reino Unido com ideias transgressoras e miúdos nada fofinhos. Está aqui um dos grandes filmes de culto do ano.
Nas Pérolas, onde se recupera o melhor dos festivais de 2025, todas as atenções em O Bolo do Presidente, do iraquiano Hasan Hadi, vencedor da Caméra d’Or, em Cannes, uma memória nostálgica acerca das comemorações imorais dos 50 anos de Sadam Hussein ao mesmo tempo que Bagdad estava a ser bombardeada. É tocante, um objeto que em Portugal já tem estreia garantida.
Esta maratona de cinema dura até ao próximo dia 27 e tem estrelas confirmadas como Jennifer Lawrence, homenageada, Angelina Jolie, Mark Strong ou Juliette Binoche.
