Cultura para todos os bolsos: pode ir ao Teatro D. Maria II, "pagar o que quiser" e "não precisa de mostrar a declaração de IRS"
No âmbito de um projeto-piloto, o público é que decide quanto paga. Os bilhetes variam entre os cinco e os 25 euros
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Imagine ir ao teatro e pagar a quantia que lhe parecer mais justa. É possível no Teatro D.Maria II e não é preciso justificar, apenas aproveitar o espetáculo. Em declarações à TSF, Rui Catarino, presidente do Conselho de Administração, sublinha que, com o projeto-piloto "Pague o que quiser", o público pode comprar bilhetes no valor que quiser, entre os cinco e os 25 euros, e "não precisa de mostrar a declaração de IRS".
O Teatro D.Maria II pretende combater assimetrias económicas e permitir o acesso de "todos os públicos" à cultura. Rui Catarino aponta uma "relação de confiança" com o público e acredita que as pessoas têm escolhido os bilhetes de forma "justa" e de acordo com as possibilidades que têm.
Este é um projeto-piloto que está a ser testado com a peça "Luta Armada", de André Amálio e Tereza Havlíčková, da companhia de teatro Hotel Europa, e estará em cena na Sala Estúdio Valentim de Barros, nos Jardins do Bombarda, de 26 de setembro a 12 de outubro.
Até agora, os bilhetes mais comprados têm sido os mais baratos, mas o presidente do Conselho de Administração explica que, ainda assim, quem compra os mais caros consegue cobrir o "prejuízo". "Se comparado com os espetáculos com o preçário normal, a venda de bilhetes que temos registado para a Luta Armada traduz-se num preço médio superior aos espetáculos com preçário normal", adianta.
Esta iniciativa surge à margem de um projeto académico com alunos de Economia da Faculdade Nova de Lisboa e, para perceber o impacto desta iniciativa e para avaliar comportamentos de consumo, o teatro decidiu aplicar um questionário às pessoas que compram estes bilhetes.
Ainda falta mais de um mês para a primeira sessão, mas já há sessões esgotadas.
