"Curta" de Leonor Teles vence Urso de Ouro em Berlim. A realizadora foi distinguida pelo filme "Balada de um batráquio".
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A realizadora Leonor Teles venceu o Urso de Ouro da competição de curtas-metragens, do Festival Internacional de Cinema de Berlim, pelo filme "Balada de um Batráquio".
A 'curta' de Leonor Teles expõe comportamentos xenófobos, em relação a membros da etnia cigana, em Portugal, e tenta combatê-los.
À TSF, Leonor Teles confessou que nunca pensou ganhar o Urso de Ouro: "Parti sem expetativas. Já o facto de ter ido a Berlim foi inesperado e ter ganho ainda mais. Eu nunca pensei chegar a Berlim quanto mais ganhar o Urso de Ouro". Quanto ao significado desta distinção, a realizadora diz que é muito importante "porque é o reconhecimento do esforço que foi feito e do trabalho que foi realizado". À TSF diz que este pequeno filme "fala" de coisas que lhe estão perto ou seja a etnia cigana: "talvez por ainda ser nova não tenho experiência para falar de outras coisas a não ser das que estão perto".
Em 2012, João Salaviza foi igualmente distinguido com o Urso de Ouro de Berlim, pela curta-metragem "Rafa".
O júri do Festival de Cinema de Berlim de 2016, presidido pela atriz norte-americana Meryl Streep, distinguiu com o Urso de Ouro de Melhor Filme o documentário italiano "Fuocoammare", de Gianfranco Rosi, sobre o drama dos migrantes na ilha italiana de Lampedusa (Sicília).
Sem voz 'off' ou qualquer comentário, o documentário conta, em paralelo, o quotidiano dos habitantes da ilha de Lampedusa, no Mediterrâneo, e dos milhares de migrantes que ali chegam de barco, em condições precárias.
Muitos destes migrantes, que tentam chegar à Europa, perdem a vida durante a travessia.
O Urso de Prata para melhor ator foi para o tunisino Majd Mastoura, pelo desempenho em "Hedi", uma história de amor passada no rescaldo da Primavera Árabe, a vaga de contestação popular, que atravessou vários países do norte de África e do Médio Oriente.
A dinamarquesa Trine Dyrholm ganhou o Urso de Prata para melhor atriz, pelo papel em "The Commune", de Thomas Vinterberg. A atriz de 43 anos interpreta, neste filme, uma mulher enganada à beira de um abismo emocional.
O Urso de Prata de melhor realização da 66.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim foi entregue à cineasta francesa Mia Hansen-Love, pela obra "Things to Come", protagonizada pela atriz Isabelle Huppert.
A quinta longa-metragem de Mia Hansen-Love, de 35 anos, conta a história de uma professora de filosofia que enfrenta o fim do seu casamento, ao mesmo tempo que a sua mãe idosa morre.
Em 2012, João Salaviza também foi distinguido com o Urso de Ouro de Berlim, pela curta-metragem "Rafa".
No mesmo ano, a longa-metragem "Tabu", de Miguel Gomes, recebeu o Prémio Alfred Bauer, para obras inovadoras, e o prémio da crítica internacional para o melhor filme em competição, nessa edição do Festival de Berlim.