Demorou meio século a chegar ao cinema. A odisseia de Neil Amstrong é agora um filme
O novo filme de Damien Chazelle, "O Primeiro Homem na Lua", chega esta quinta-feira aos cinemas. O diretor do Observatório Astronómico de Lisboa já viu, ficou "apaixonado" e esteve na Manhã TSF a falar sobre o filme.
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Para o ano, a 20 de julho, assinalam-se cinco décadas da chegada do homem à Lua. Esse homem a dar os primeiros passos na superfície lunar foi Neil Armstrong, que é agora a figura principal do filme de Damien Chazelle. O realizador de "Whiplash - Nos Limites" (2014) e "La La Land - Melodia de Amor" (2016) deixa, por agora, o universo da música, e entregou pela primeira vez o argumento a mãos alheias.
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O filme, que oscila entre o drama e o documentário, é uma odisseia sobre os anos que antecederam a viagem à Lua do ponto de vista daquele que é hoje recordado como um dos grandes heróis norte-americanos, mas que era afinal um herói relutante. Baseado no livro de James R. Hansen, o filme conta como Neil Armstrong chegou à missão Apollo 11, depois de ter sido piloto naval na Guerra da Coreia e piloto de testes. Entrou na NASA em 1962 e quatro anos depois seria o primeiro civil a voar no Espaço.
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No entanto, para Damien Chazelle interessava perceber quem era Neil Armstrong, um homem discreto, de poucas palavras, metódico. No filme, o realizador mostra um homem que também falhava, que escondia as emoções, e o lado familiar, incluindo o luto pela morte de uma filha com dois anos devido a um tumor no cérebro. Damien Chazelle admitiu aliás, numa entrevista, que um dos principais desafios foi agradar aos filhos de Neil Armstrong, Eric e Mark.
A outra parte da história é conhecida. Neil Armstrong, Edward "Buzz" Aldrin e Michael Collins eram os três astronautas da Apollo 11, que pousou na Lua a 20 de julho de 1969. Armstrong foi o primeiro a pisar o solo lunar e a dizer a frase que ficaria na História: "Um pequeno passo para o homem, um salto gigante para a Humanidade".
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Rui Agostinho, diretor do Observatório Astronómico de Lisboa, já viu o filme e considera-o "espetacular". "Fiquei apaixonado", admitiu na Manhã TSF. "É um filme sobre a história da ida à Lua, foi um feito único na nossa história, na história humana. Marca a história da aventura espacial humana, é uma pegada de nós todos", recorda o especialista.
Para o astrónomo, Neil Armstrong é "um homem crucial nesta história toda" devido à "capacidade que é necessário ter no último momento de pousar à superfície da Lua", em que é preciso um homem com "experiência de casos críticos". "Ele, e toda a gente que o conhece, diz que era uma pessoa fria, que preparava extremamente bem as missões em que se envolvia e tinha a capacidade de, em situações críticas, fazer o raciocínio e tomar as ações para solucionar os problemas, e isso vê-se no filme", conta.
No seguimento da conversa, Rui Agostinho falou ainda sobre Marte e sobre as idas ao planeta. Na opinião do diretor do Observatório Astronómico de Lisboa, "Marte é muito pior do que a Terra". "Se quiser passar a sua vida em casa vá para Marte. Enquanto aqui se sai, se pode ver os prados verdejantes, as cataratas de água, ver os oceanos, em Marte vai-se passar a vida em casa", revelou.
"A Terra é o destino a longo prazo, Marte é um ponto de passagem difícil numa aventura que é extremamente longínqua no futuro porque o ser humano que estiver em Marte não é este ser humano, tem de ser outro ser humano, um corpo que se adapte às condições", concluiu o especialista.