"Descida da Cruz" de Domingos Sequeira comprado por entidade privada portuguesa
À TSF, o ministro Pedro Adão e Silva destaca a "importância de termos mais privados envolvidos na Cultura".
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O quadro "Descida da Cruz", de Domingos Sequeira, foi comprado por uma entidade privada portuguesa, anunciou esta terça-feira a Museus e Monumentos de Portugal (MMP), que assegurou ter garantido o depósito e exposição da obra num museu nacional.
Em comunicado, que remete para um "momento próximo" a revelação dos detalhes do acordo e a identidade do privado, a empresa pública reconheceu que fez uma proposta de compra do quadro por 850 mil euros à Galeria Colnaghi, que expôs "Descida da Cruz" na feira internacional TEFAF, em Maastricht, mas que viu a oferta ser rejeitada.
"A aquisição foi, em seguida, concretizada por uma entidade privada nacional, em concertação com a MMP e visando, desde a primeira hora, o regresso da obra ao país, correspondendo assim ao desejo enunciado pelos seus proprietários", acrescentou a empresa dirigida por Pedro Sobrado, especificando que a compra aconteceu no domingo.
Em declarações à TSF, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva não adiantou se o quadro vai regressar para um museu público em Lisboa ou fora da capital e remeteu para mais tarde o anúncio "dos termos do entendimento com o mecenas privado".
"Este desfecho corresponde aquilo que sempre disse enquanto ministro que é a importância de termos mais privados envolvidos na Cultura. Essa responsabilidade partilhada (...) é algo que precisamos", notou.
O quadro "Descida da Cruz" esteve exposto para venda na Feira de Arte e Antiguidades da European Fine Art Foundation (TEFAF), em Maastricht, nos Países Baixos.
A saída da obra de Portugal está envolta em polémica desde o final de 2023, quando a então Direção-Geral do Património Cultural decidiu autorizar a saída do país, contrariando pareceres de especialistas.
Pedro Adão e Silva voltou a reiterar que em causa esteve "uma falha dos serviços" e que o Ministério da Cultura apenas fez o que lhe competia: "Contactar os proprietários da obra, as galerias, os museus internacionais e os privados interessados."
Os proprietários portugueses entregaram o quadro para venda no final de 2023, depois de ter recebido uma autorização de saída de Portugal, justificada pela "inexistência de qualquer ónus jurídico".