Diretor queixa-se de ter perdido metade do orçamento na Companhia Nacional de Bailado
Em declarações à TSF, Paulo Ribeiro justifica que o pedido de demissão se deve "a uma questão de orçamento".
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Paulo Ribeiro alega um corte no financiamento para justificar a demissão da direção artística da Companhia Nacional de Bailado (CNB). Uma justificação diferente da que foi avançada pelo Ministério da Cultura, que à Agência Lusa justificou a saída como uma "decisão pessoal".
O até aqui diretor da CNB diz que não tinha condições para continuar à frente da estrutura. "[A demissão] prende-se com uma questão de orçamento, um orçamento para poder trabalhar da forma que eu acho que a companhia merece", afirma.
Paulo Ribeiro entrou para a CNB em novembro de 2016, data a partiu do qual viu emagrecer os apoios. Queixa-se de ter passado de um orçamento de 1 milhão e 100 mil euros, para 525 mil, fruto dos cortes de financiamento estatais e de mecenas.
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"Para dar corpo e movimento a este grande corpo de baile é preciso um orçamento condizente. Entre o mandato da Luísa Taveira, a minha antecessora, e eu já temos metade do orçamento", lamenta.
Embora o Ministério da Cultura justifique sua demissão como um caso pessoal, o também coreógrafo faz uma leitura diferente. "Não é pessoal, no fundo acaba por ser coletivo porque uma direção que não tem meios, isto depois salpica para todos, para as pessoas que trabalham comigo, para os artistas", sustenta.
O diretor da CNB está em funções até agosto. Em setembro é substituído por Sofia Campos, que exercia desde janeiro de 2015 as funções de vogal do conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II.