Um documentário e uma maqueta de "Let's Dance" - dois anos depois, Bowie continua vivo.
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Músico, produtor, performer, ator, intelectual, pintor, homem da moda - um camaleão que se reinventou ao longo de meio século. Bowie foi, e continua a ser, dos mais influentes artistas de sempre.
A primeira encarnação surge ainda nos anos 60. "Space Oddity" fala sobre o lançamento de Major Tom, um astronauta fictício que se torna deprimido durante a missão no espaço, o tema foi lançado para coincidir com a primeira chegada à lua da Missão Apollo 11.
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O génio e o brilhantismo de David Bowie foram sempre inesgotáveis, ainda que em parte da década de 80 tenha tido uma carreira mais irregular, mas foi aí que trabalhou com os melhores, desde Freddy Mercury a Mick Jagger.
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Na passada segunda-feira, dia em que Bowie faria 71 anos, estreou na HBO o documentário "The Last Five Years" que se concentra nos dois últimos álbuns, "The Next Day" e "Blackstar", e no espetáculo musical, "Lazarus", projetos que o britânico conseguiu levar a cabo, apesar do já debilitado estado de saúde.
Realizado por Francis Whately, este projeto acaba por ser o sucessor natural do filme da BBC transmitido em 2013 - "David Bowie Five Years". O novo documentário visa explorar o trajeto dos cinco últimos anos da vida de Bowie, culminando na sua inesperada morte.
"Look up here, I'm in heaven" (em português, "Olhe aqui, estou no céu") - é o que nos diz o artista no trailer do documentário que mostra uma alma atormentada pela vontade de continuar, mas com a certeza de um fim e de um caminho bem percorrido.
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Também na segunda-feira, o site de Bowie colocou à disposição do público uma versão inédita de "Let's Dance", um dos temas de maior sucesso nos anos 80, agora disponível numa maqueta bem diferente do original e onde, no final, aparece Bowie a falar, onde se percebe que estava contente com o resultado final da gravação.
David Bowie deixou um legado de criatividade imenso, abriu caminho a novos direitos e comportamentos, foi símbolo de liberdade e tolerância e através da música, fez com que sonhássemos que podíamos ser heróis, nem que fosse só por um dia.
David Bowie morreu em Nova Iorque a 10 de janeiro de 2016. Dois dias antes tinha lançado um álbum e ninguém queria acreditar. A verdade é que é difícil dizer que alguém morreu tendo deixado uma obra tão vasta.