Chico Buarque regressou a Portugal para apresentar o seu mais recente trabalho.
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"Caravanas" é o 23º álbum de estúdio do cantor e escritor carioca de 73 anos. O disco produzido por Vinícius França conta com arranjos do maestro Luiz Cláudio Ramos, com quem o artista trabalha há mais de 30 anos.
Chico Buarque é inquestionavelmente um dos mais extraordinários cantores e compositores da história da musica popular brasileira. A sua história confunde-se com a história do Brasil. A sua genialidade foi uma vez mais comprovada num concerto irrepreensível que ficará para sempre na memória coletiva de todos os que estiveram presentes no coliseu do Porto este fim de semana. Como sempre, as letras das suas canções refletem a realidade do país, abordando temas como o amor, a política, o futebol e o samba.
Os membros que compõem a banda que o acompanha são já velhos companheiros de palco: o maestro e violonista Luiz Cláudio Ramos, João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo), Marcelo Bernardes (flauta e sopros) e Jurim Moreira (bateria).
O concerto seguiu o alinhamento habitual da digressão, iniciando com "Minha Embaixada Chegou" seguindo-se "Mabembe". Ao longo do concerto, Chico Buarque foi revisitando alguns dos temas mais marcantes da sua carreira: "A bela e a fera "(Edu Lobo/Chico Buarque, 1982 ); "A volta do malandro" (Chico Buarque, 1985); "Injuriado" (Chico Buarque, 1998).
Houve ainda tempo para: "Geni e o zepelim" (Chico Buarque, 1977-1978); "Futuros amantes" (Chico Buarque, 1995); e "Paratodos" (Chico Buarque, 1993); temas tocados após o encore que arrancou uma longa e sentida ovação de pé, de todo o coliseu do Porto.
O concerto deste domingo foi uma verdadeira antologia da carreira do artista. A digressão "Caravanas" foi também homenagem a uma das figuras mais importante da sua banda, o baterista Wilson das Neves, que acompanhou Chico Buarque ao longo de 30 anos, entretanto falecido no ano passado. A música "Grande Hotel", escrita pelos dois artistas, foi a referência dessa homenagem e protagonizou um dos momentos altos do espetáculo de ontem à noite, onde de chapéu panamá, Chico Buarque sambou no palco saudando deste modo o velho amigo.
A "Caravana" de Chico Buarque ruma agora a Lisboa, para mais quatro espetáculos esgotados, entre 7 e 10 de junho, no Coliseu dos Recreios.