O Teatro Nacional S. Carlos apresenta no Centro Cultural de Belém duas óperas. Com encenação de Olga Roriz e da Orquestra Sinfónica Portuguesa.
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O Castelo do Barba Azul de Béla Bartok e A Voz Humana de Francis Poulenc, duas óperas de um ato, com encenação de Olga Roriz, podem não ter nada a ver uma com a outra, mas Olga Roriz ligou-as com a personagem, a única personagem da ópera A Voz Humana, que passa a ser uma das personagens, que não aparece na ópera O Castelo do Barba Azul.
O Barba Azul tem uma quarta mulher, a Judith e todas as outras estão presas, talvez viva talvez mortas para lá das sete portas do castelo e Elle é uma mulher que fala ao telefone, com o amante que a deixou e nunca se ouve o outro lado do telefone.
O amor a solidão o abandono também ligam estas duas óperas e tudo o que está dentro da nossa cabeça. Na frente da Orquestra Sinfónica Portuguesa a maestrina Joana Carneiro realça que há muito anos entre as duas óperas, mas aqui há uma linha que as junta, na mesma ideia, no mesmo palco.
Dois momentos raros na ópera, com um palco despojado e muito poucas personagens, duas no Barba Azul e uma na Voz Humana, com uma orquestra a suportar tudo e levar a voz à dimensão de também ela personagem.
O Castelo do Barba Azul e A Voz Humana, duas óperas na mesma noite, do teatro Nacional S. Carlos, estreia hoje, às 20h00 no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém e fica ainda a 8 e domingo dias 10, às 16h00.