João Pinto Coelho vence o Premio Leya com um livro que escreveu a olhar para as montanhas, lá em Murça, no meio do nada.
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Quando atendeu o telefone e ouviu a voz de Manuel Alegre, pressentiu que era desta. E à segunda foi de vez. João Pinto Coelho venceu o Prémio Leya com o livro " Os loucos da rua Mazur".
Satisfeito, o escritor que é também professor de artes visuais, admite que os alunos o recebam com mais entusiasmo na próxima semana e diz que ainda não pensou em celebrações porque o telefone não tem parado de tocar.
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João Pinto Coelho vive em Murça, Trás-os-Montes, para onde foi há 18 anos, cansado do rebuliço da cidade de Lisboa.
No meio do nada, onde vive, encontrou o cenário perfeito para escrever. Aliás, foi a olhar para as montanhas entre as 03h e as 04h da manhã que este livro foi escrito.
Este é o maior prémio para uma obra inédita escrita em língua portuguesa, no valor monetário de 100 mil euros, e inclui a edição da obra pelo grupo editorial Leya.
Presidido por Manuel Alegre, o júri deste ano foi ainda constituído pelos escritores Nuno Júdice e Pepetela, pelo crítico José Castello, pelo professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra José Carlos Seabra Pereira, pelo reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo Lourenço do Rosário, e pela professora da Universidade de São Paulo Rita Chaves.
No ano passado, o júri deliberou por unanimidade não atribuir o prémio, dada a falta de qualidade das obras apresentadas, repetindo o que sucedera em 2010, a primeira vez em que não foi atribuído o galardão.
Em 2015, o vencedor foi "O Coro dos Defuntos", de António Tavares, sucedendo a Afonso Reis Cabral, vencedor da edição de 2014, com "O Meu Irmão".
O primeiro vencedor do Prémio Leya, em 2008, foi Murilo Carvalho, com o romance "O Rasto do Jaguar", ao qual se seguiu "O Olho de Hertzog", de João Paulo Borges Coelho.
Em 2011, o júri distinguiu o romance "O Teu Rosto Será o Último", de João Ricardo Pedro, em 2012 "Debaixo de Algum Céu", de Nuno Camarneiro e em 2013 "Uma Outra Voz", de Gabriela Ruivo Trindade, a primeira mulher a ser distinguida com este galardão.
De acordo com o regulamento, o Prémio LeYa visa "incentivar a produção de obras originais de escritores de Língua Portuguesa, e destina-se a galardoar uma obra inédita de ficção literária, na área do romance, que não tenha sido premiada em nenhum outro concurso".
O regulamento determina ainda que podem candidatar-se ao prémio "todas as pessoas singulares com plena capacidade jurídica, independentemente da sua nacionalidade".