É com uma estreia nacional que abre mais uma edição da New Age, New Time, em Viseu.
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A 7.ª edição da mostra de dança contemporânea New Age, New Time, promovida pelo Teatro Viriato, de Viseu, arranca esta sexta-feira à noite.
A iniciativa começa com a apresentação do espetáculo Happy Island, da companhia madeirense Dançando com a Diferença. Criada pela coreógrafa espanhola La Ribot, a obra foi concebida juntamente com o elenco que é formado por cinco bailarinos, todos cidadãos portadores de deficiência.
"Eles são cocriadores. Muito de cada um deles está nesta obra. Um pouquinho do sonho de cada um, as roupas, a forma como eles se apresentam, tem a ver com uma junção do sonho de cada um, com o que La Ribot viu para cada um", explica Henrique Amoedo, o diretor artístico do grupo Dançando com a Diferença.
Os intérpretes são todos naturais da Madeira, ilha que surge sempre projetada em pano de fundo no espetáculo, através das imagens que foram captadas por Raquel Freire.
Happy Island é um trabalho inclusivo dentro e fora de palco, já que tem áudio discrição e língua gestual.
A outra estreia que marca a New Age, New Time, é "Um encontro provocado", a nova criação da Companhia Paulo Ribeiro, que tem apresentação marcada para o dia 29 de novembro. A peça assinada pelo coreógrafo brasileiro Henrique Rodovalho foca a violência que caracteriza o Brasil e a segurança identitária de Portugal.
Apesar de contar este ano com trabalhos de dois artistas estrangeiros, que criaram para companhias portuguesas, a diretora do Teatro Viriato, Paula Garcia, diz que a New Age, New Time não tem "por enquanto" a "preocupação" de abrir portas "a nível internacional".
"Este momento surge numa valorização da dança contemporânea portuguesa e nós gostávamos muito de mantê-la, até porque há muitos portugueses que estão a coreografar e que não estão em Portugal e falta-nos também trabalhar com esses portugueses", justifica.
No total, a edição deste ano da mostra de dança, que começou em 2012, oferece um total de quatro espetáculos, um filme e várias conversas e conferências, subordinadas à temática da dança.
"Esta New Age valoriza bastante o momento de aproximação com o público, não via aulas de dança [como em anos anteriores]. Desta vez a relação que propomos é uma relação mais de diálogo e de reflexão conjunta", explica Paula Garcia, que convidou para estes momentos de diálogo nomes como Mickaël de Oliveira, Luiz Antunes, João Fiadeiro e António Alvarenga