O cachorro quente e o kebab já eram. A comida gourmet chegou aos festivais de verão.
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Fica mesmo no topo do recinto do Rock in Rio, no Parque da Bela Vista, em Lisboa. Ali, atrás da Tenda VIP, ao lado da Roda Gigante. O Time Out Market mudou-se do Mercado da Ribeira para o Rock in Rio, durante os quatro dias do festival.
Aqui os festivaleiros podem provar verdadeira comida gourmet, num espaço que conta com 14 estabelecimentos distintos, com iguarias que vão desde o pastel de nata ao sushi.
"É a democratização da comida de enorme qualidade. Tudo aquilo que se come aqui é muito bom e muito mais acessível do que aquilo que as pessoas imaginam", explica à TSF Ana Alcobia, diretora do Time Out Market.
A responsável pelo espaço conta que o objetivo é "provar às pessoas que, mesmo num festival, podemos comer bem e barato".
Ana Alcobia sublinha que o espaço é um dos "mais confortáveis" de todo o festival, sendo coberto para que os festivaleiros possam desfrutar do seu manjar, faça chuva ou faça sol.
O Time Out Market do Rock in Rio tem cerca de 470 lugares sentados mas Ana Alcobia refere que "a intenção é receber muito mais gente e até que as pessoas possam pegar na comida e ir ver os concertos".
Foi mesmo a pensar nisso que os restaurantes representados escolheram a ementa para o festival.
O chef Vítor Sobral conta à TSF que, na sua banca, os clientes encontram "uma 'sandocha', para quem quiser pegar e sair a comer e, para alguém que quiser comer uma coisa mais sénior, um bacalhau com um puré de grão, uma redução de vinho do Porto e um ovo escalfado".
O chef Henrique Sá Pessoa preferiu optar pela "bifana de leitão, o tataki de salmão e o peixe frito com molho tártaro". "Pratos que encham, que sejam 'comfort food' e que agradem a gregos e a troianos", refere.
E como se adaptam pratos de restaurantes com estrela Michelin para um festival de verão? "Passa mais pelos processos de confeção e de empratamento. Tem de ser uma coisa fácil de transportar e para poder comer de pé", esclarece Henrique Sá Pessoa.
Mas no meio de tantos tachos e panelas, há tempo para os chefs verem um concerto? "Se tiver que ir para o fogão, vou ter de ouvir ao longe", admite Vítor Sobral. Já Henrique Sá Pessoa faz questão de ver os Muse, The Killers e Chemical Brothers, que diz serem mais da sua "época". "Agora, depois dos 40, já estamos um pouco fora de prazo e os Chemical Brothers enquadram-se mais na minha faixa etária", brinca.
Gerações à parte, o chef vai ainda trazer a filha, para desfrutarem ambos do concerto de Bruno Mars. "O cartaz tem um bocadinho de tudo. O Rock in Rio é um festival global no tipo de público que atrai. De certeza que vão ser uns dias bem passados", conclui.