Está aí a Feira do Livro com mais editoras, mais zonas de lazer e novos horários
Esta sexta-feira começa mais uma edição da Feira do Livro de Lisboa. Este ano há novidades: foram criadas mais zonas de descanso com sombras, durante a semana a feira do livro fecha mais cedo e a hora dos grandes descontos também foi antecipada.
Corpo do artigo
Junto ao pavilhão da editora Babel a azáfama é grande. Alguns colaboradores da editora vão retirando dos caixotes os livros escolhidos para expor em mais uma edição da Feira do Livro de Lisboa. Outros têm como missão colar uns autocolantes amarelos em cada um dos exemplares. É nestes autocolantes que estão impressos os novos preços (mais baixos) que serão praticados durante um dos mais importantes certames literários do país. As operações são coordenadas por Nazaré que explica que os descontos variam.
"Nas novidades só podemos dar 10%, nos outros livros podemos chegar aos 30%, 40%". Sobre o critério que norteia a escolha dos livros a expor, explica Nazaré, que por norma se procura "escolher aqueles que são mais procurados pelo público e as novidades". É também uma das características da feira - as editoras aproveitam este momento para o lançamento de alguns novos livros. Este ano, a Babel tem uma nova edição dos livros da Mafalda e os livros do Garfield, que está agora a comemorar 40 anos.
TSF\audio\2018\05\noticias\25\miguel_videira_feira_do_livro_son_ppicoto_
À semelhança do que aconteceu nos últimos cinco anos, a edição 88 da Feira do Livro de Lisboa volta a bater recordes de participação. Segundo Bruno Pacheco, secretário-geral da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, que com a Câmara Municipal de Lisboa organiza o certame, "pelo quinto ano consecutivo a feira cresceu. Temos mais participações tanto a nível de pavilhões, mais oito que no ano passado, como de marcas editoriais. Temos mais 25".
O crescimento do número de expositores é acompanhado por algumas mudanças, por exemplo, o horário de encerramento durante a semana. "De domingo a quinta-feira a feira passará a encerrar às 22h (fechava às 23h)". Esta alteração terá impacto na chamada "Hora H", um período em que os visitantes podem encontrar livros com mais de 18 meses com descontos de 50%. Assim, "a Hora H irá, como sempre, decorrer na última hora da feira mas agora das 21h às 22h".
Outra mudança prende-se com o alargamento do espaço ocupado pelo certame. A feira cresce para norte e para oeste. É nesta zona oeste que será possível assistir a demonstrações de culinária e "batalhas de chefes". Explica Bruno Pacheco que os chefes "estarão a concorrer entre si, ambos farão a mesma receita tradicional e no final serão avaliados". Esta é uma das iniciativas paralelas à feira do livro onde a sétima arte também tem lugar. "Vamos ter sessões de cinema às sextas-feiras e ao sábado". As exibições irão decorrer no auditório da APEL situado junto ao Marquês de Pombal".
No extremo oposto ao auditório, próximo do topo do parque Eduardo VII, está a editora Tinta-da-china. É lá que encontramos Rute. Explica esta assistente editorial que é uma "habituée" na feira. Um momento importante, sublinha, já que "que permite um contacto mais direto com o público". É também uma ocasião para que os leitores possam contactar de forma mais próxima com os autores. A editora, explica Rute, vai promover sessões com Ricardo Araújo Pereira, Rui Tavares, Bernardo Pires de Lima, Pedro Mexia.
Ali mais em baixo, quem desce em direção ao Marquês de Pombal, estão os alfarrabistas como Júlio Carreira. Não tem bem presente mas já irá na 15.ª ou 16.ª participação consecutiva. Júlio explica que a feira tem características especiais. A venda de livros é maioritariamente feita através da internet e os romances têm pouca saída. Uma tendência contrariada por estes dias em que a aposta incide, precisamente, neste género literário apreciado de forma diferente pelos dois géneros. Segundo Júlio Carreira "80 a 90% dos romances são vendidos ao público feminino". O alfarrabista avança uma explicação: "tradicionalmente os homens a partir dos 50 anos mudam radicalmente os gostos de leitura. Cortam nos romances e dedicam-se ao ensaio, à história, muitas biografias".
Sem fazer distinções de género, os organizadores esperam que este ano possa ser batido um novo recorde de entradas. O objetivo é chegar aos 600 mil visitantes.
A cerimónia de inauguração da 88.ª edição da Feira do Livro de Lisboa está agendada para as 15h desta sexta-feira. A Feira termina a 13 de junho.