Programação pretende "mostrar a força da criação nacional"
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A peça "Pulmões", com encenação de Luís Araújo, num criação para a companhia Ao Cabo Teatro marca a abertura, esta quinta feira, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, dos Festivais Gil Vicente.
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Esta 31ª edição pretende mostrar a "força da criação em Portugal" e ser o reflexo do atual estado de coisas, tentando perceber "como o teatro aborda algumas matérias, enquanto experiência limite", revelou Rui Torrinha, o diretor do festival.
Até 16 de junho, o festival de teatro dá palco, nalguns casos pela primeira vez, às mais recentes produções teatrais, abordando temas tão diversos como o futuro e a incerteza, o amor e a crise, memória e identidade, medo e desejo, imaginação e revolução.
"Pulmões" (07 de junho), de Luís Araújo, expõe-nos uma geração que faz da incerteza um modo de vida. "Um casal na casa dos trinta, M e W, durante uma ida ao Ikea discute a possibilidade de ter um filho e do impacto que isso terá neles e no planeta".
Segue-se "Retábulos" (08 de junho), a nova peça do Teatro Oficina que leva a cidade para cima do palco. O elenco escolhido assenta nos alunos das Oficinas do Teatro Oficina, pessoas dos 8 aos 64 anos que, desde outubro de 2017, decidiram durante o seu dia a dia fazer teatro, aproximando-se assim de quem faz do teatro o seu dia a dia.
A primeira semana dos Festivais Gil Vicente fica concluída com "Se Eu Vivesse Tu Morrias" (09 de junho), um espetáculo de Miguel Castro Caldas & Lígia Soares, Miguel Loureiro e Tiago Barbosa, Filipe Pinto, Gonçalo Alegria e Salomé Marques, que explora um dos limites do teatro: o texto, que é entregue ao público no início da peça.
A abrir a segunda ronda de espetáculos, Tónan Quito traz-nos uma história de amor. "Casimiro e Carolina" (14 de junho), de Horváth, fala sobre as sequelas da crise de 1929.
Por sua vez, Estelle Franco, Mariana Ricardo, Masako Hattori, Paula Diogo e Sónia Baptista desafiam-nos a refletir sobre o modo como a memória opera nas nossas vidas em "Sobre Lembrar e Esquecer" (15 de junho).
O festival termina com "Perplexos" (16 de junho), de Cristina Carvalhal, uma peça em que a realidade parece estar constantemente a ser reformulada, raiando o absurdo. Os casais, as férias, os filhos, as empregadas domésticas, Darwin e a lei do mais forte, a sombra nazi ou um baile de máscaras, são alguns dos temas presentes nesta espécie de comédia de costumes, assombrada por Pirandello.
Ao longo de duas semanas, 6 espetáculos, 4 laboratórios e 10 apresentações em colaboração com a Universidade do Minho, além das residências artísticas e de uma oficina de dramaturgia preenchem esta 31ª edição dos Festivais Gil Vicente.