Este ano em segunda edição, o Parque Palmela, em Cascais, recebe durante três dias - de 19 a 21 de Julho - o Fado, em noites de espectáculos duplos.
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No belíssimo espaço do Parque Palmela, que outrora recebeu tantas noites gloriosas de Jazz com o Estoril Jazz, o Fado é, de há um ano a esta parte, dono e senhor daquele parque. Continuidade lógica de um festival que há um ano, quando da primeira edição, excedeu as expectativas dos organizadores, o Montepio Fado Cascais junta o Fado à gastronomia (este ano ainda mais portuguesa) em espectáculos que começam a acontecer às sete da tarde na zona de restauração onde, entre a degustação da ementa oferecida e um copo de bom tinto, se vão poder ouvir alguns nomes emergentes no panorama do Fado, antecipando os pratos fortes que serão servidos no palco principal a partir das 21h.
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Depois de reconfortados os estômagos, reconfortar a alma e os sentidos é a palavra de ordem durante as três noites do Montepio Fado Cascais, com um elenco de luxo que vai passar pelo palco principal do Parque Palmela, começando pelo dia de abertura que conta com a guitarra portuguesa de José Manuel Neto, o guitarrista que é actualmente um dos nomes maiores da guitarra de Fado. Filho da fadista Deolinda Maria, José Manuel Neto é um instrumentista requisitado por uma larga maioria dos nomes maiores do Fado, tendo finalmente editado em 2016 o álbum de estreia em nome próprio, "Tons de Lisboa", com excelentes peças que decerto vão fazer parte do espectáculo desta quinta-feira. E a encerrar a noite, Cuca Roseta, a fadista que tem emprestado a voz a outros géneros musicais, sempre com a postura que lhe é conhecida no Fado.
No segundo dia do Montepio Fado Cascais, a noite abre com Diana Vilarinho, uma voz que no ano passado actuou no palco secundário e que, por mérito próprio, assegurou a presença no palco grande do Festival nesta segunda edição, numa noite que fecha com esse grande senhor que é Ricardo Ribeiro, o fadista que mistura - na alma e na voz - o Fado, o Cante Alentejano, a Grande Música Árabe e todo o mundo que gire à volta destas sonoridades.
Chegados ao derradeiro dia (ou noite se preferirem) da edição 2018 do Montepio Fado Cascais, o primeiro concerto está entregue a Carlos Leitão, o fadista que em miúdo queria ser jornalista desportivo e fazer relatos de futebol e que depois se entregou ao Fado de alma e coração, numa carreira já longa que culminou, para já, na "Sala de Estar", o segundo disco, editado em 2017. Com Carlos Leitão, o Fado e o Cante Alentejano também andam de mãos dadas.
E a culminar tudo isto, a encerrar a segunda edição do Montepio Fado Cascais outro nome grande do Fado no feminino: Ana Moura, a fadista que tem meia dúzia de discos na bagagem, uma carreira por demais (re)conhecida e que, recentemente, arrepiou (na expressão do próprio) o jornalista do jornal britânico The Independent que fez a cobertura do Rock In Rio.
Com o mar ao fundo da rua, o Montepio Fado Cascais promete fazer do Parque Palmela durante estes três dias e noites (19, 20 e 21 de Julho, recorde-se) um lugar de Fado com cheiro a maresia (o que nem sequer é tão estranho como isso).