Em causa está uma ação de interdição interposta pelo produtor português Paulo Branco para impedir que o festival de Cannes exiba o filme de Terry Gilliam no encerramento desta 71.ª edição.
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A direção do Festival de Cinema de Cannes saiu esta segunda-feira em defesa do realizador Terry Gilliam e do filme "O homem que matou D. Quixote", deixando duras críticas ao produtor Paulo Branco por causa de uma disputa judicial.
"Afirmamos firmemente que estamos do lado dos realizadores e, em particular, do lado de Terry Gilliam. Sabemos como este projeto, que passou por tantas provações e tribulações, é importante para ele", afirmaram o presidente do festival de Cannes, Pierre Lescure, e o delegado-geral, Thierry Frémaux, num comunicado conjunto.
Em causa está uma ação de interdição interposta pelo produtor português Paulo Branco, através da produtora Alfama Films, para impedir que o festival de Cannes exiba o filme de Terry Gilliam no encerramento desta 71.ª edição.
Por decisão judicial do Tribunal de Paris, está marcada uma audiência para a próxima segunda-feira, véspera de abertura do festival, e aí se saberá se o filme poderá ou não ser exibido.
No comunicado, a direção do festival recorda que está planeada a estreia do filme em pelo menos 300 salas em França, mas garante que respeitará a decisão do tribunal. De permeio, critica duramente o produtor Paulo Branco, recordando que usou o festival "ao longo da sua carreira para construir a sua própria reputação".
No entender do festival, com aquela ação judicial, Paulo Branco "mostrou a verdadeira cara de uma vez por todas" ao ameaçar, através do advogado, "com uma derrota humilhante".
"Derrota seria sucumbir às ameaças", escreveram.
O projeto chegou a contar com produção de Paulo Branco, mas Terry Gilliam acabou por não concretizar a parceria, alegadamente por problemas de financiamento, optando por trabalhar com outra produtora portuguesa, a Ukbar Filmes.
Terry Gilliam pediu a anulação do contrato de produção com a produtora Alfama Films, de Paulo Branco, mas, no ano passado, o Tribunal de Grande Instância de Paris declarou que aquele continua válido.
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