Festival Internacional dos Açores: Herman José, Sofia Escobar e Albano Jerónimo entre os nomes que pisam os palcos das nove ilhas
Em declarações à TSF, Tiago Nunes, diretor artístico, sublinha que a programação deste ano é "diversificada" e destaca os pormenores que tornam este festival único. O evento começou no domingo e prolonga-se até início de novembro
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A 19.º edição do Festival Internacional dos Açores conta com humor, teatro e música clássica, entre as diversas atividades que terá abertas ao público. O evento, que passa por todas as ilhas do arquipélago, começou no domingo na ilha Terceira e nesta altura já seguiu viagem para São Miguel.
Tiago Nunes, o diretor artístico, explica à TSF que o evento já não se foca apenas na música clássica: "A nossa programação desde o ano passado abriu as portas a várias expressões artísticas, ou seja, o festival deixou de ser apenas um festival de música clássica e abrange agora o jazz, o humor, as artes cénicas, e tornou-se uma festa das artes. Daí conseguir levar às nove ilhas esta programação completamente diversificada. De facto, o festival com este título "Fogo que se fez Terra", que nos remete para a transformação: como as artes podem transformar este arquipélago. A arte é importante para a nossa vida e isso está presente neste festival e nestes projetos participativos que se tenta levar a estas nove ilhas, também mostrar a versatilidade de outros instrumentos e mostrar ao público outras formações que não são assim tão habituais. E, assim, este festival torna-se único porque consegue condensar em si tantas diversidades e tantas particularidades."
Dentro dos espetáculos ligados à música, o diretor aponta alguns dos artistas que vão pisar os vários palcos açorianos. Mas, não só de espetáculo musical se trata este festival. De workshops a masterclass, Tiago Nunes garante que 80% das atividades são de entrada livre.
"Dia 14 de setembro [sábado] no Palácio de Santana, o Artur Pizarro com Irene Lima vão fazer aqui uma homenagem a Urbain Fauré, que este ano celebramos. Depois também em palco, o grande Albano Jerónimo no dia 15 de setembro [domingo] no Teatro Micaelense, que é um espetáculo intitulado O Meu Amigo H. Vamos depois também ter em palco, o grande George Harliono, o vencedor do segundo prémio do concurso Tchaikovsky, também na ilha Terceira, e depois logo a seguir, no dia 21, no Teatro Angrense, a grande Sofia Escobar", detalha.
Tiago Nunes fala ainda nos desafios que se colocam para organizar um festival que decorre em nove ilhas - em alguns dias, chega mesmo a ser em simultâneo. Um dos grandes entraves destacados prende-se com a deslocação de avião de instrumentos musicais entre ilhas.
"É muito caro e a nível de logística é dificílimo fazer acontecer este festival em que o único meio de transporte ou um dos meios possíveis de transporte é o avião. Primeiro, a grande dificuldade prende-se em que estamos a falar em como no Corvo e nas Flores é preciso um piano e há municípios e locais onde não existe e nós temos de o arranjar. Todas estas dificuldades, dou um exemplo particular, quer um violoncelo, quer uma tuba, são instrumentos valiosíssimos que não podem sequer ir na bagagem de porão, é necessário fazer vários requisitos às entidades aéreas para esses instrumentos irem ao lado dos músicos. São voos interilhas, em que os aviões são mais pequenos e todas as regras de aviação mudam drasticamente e que nos levantam grandes problemas logísticos para levar a cabo todo este evento", declara.
Apesar da logística complicada, como já explicado pelo diretor artístico, a missão está bem presente e pretende ser cumprida: não esquecer os recantos do arquipélago e dar oportunidade aos açorianos de assistirem a espetáculos dos seus artistas preferidos nas suas próprias ilhas.
"Este festival é dos açorianos, é do país, acontece num dos locais mais emblemáticos do planeta. Por isso, é do interesse de todos que este projeto siga em frente, que possa ajudar e que traga também novos horizontes às pessoas que lá estão, que, muitas vezes, são esquecidas artisticamente em algumas zonas dos Açores. E, de facto, esta é a nossa missão, transformar ou dar luz a zonas um bocadinho mais esquecidas, onde o circuito artístico não está tão presente e tão implementado no arquipélago."
Todas as informações estão disponíveis em festivalinternacionalaçores.com, nesta festividade que decorre no Arquipélago dos Açores até novembro.
