A iniciativa da Câmara Municipal de Cinfães decorre ainda durante o próximo fim de semana, 28 e 29 de dezembro, entre as 10h00 e as 18h00
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No alto da Serra de Montemuro, a quase 1200 metros de altitude, a Gralheira, distrito de Viseu, transforma-se, nesta época, na Aldeia do Pai Natal. No passado fim de semana e no próximo, milhares de pessoas passaram e vão passar por esta fria e pacata localidade para desfrutarem de uma festa natalícia diferente.
Trata-se de um parque temático em que participa a população, que abre aos visitantes antigas habitações transformadas em Casa do Pai Natal, Casa do Pão, Casa do Café, Casa da Bruxa, entre muitas outras.
A diversão está garantida para miúdos e graúdos. Foi o caso de Carolina e Gonçalo, que foram com a mãe ver o teatro dos guardiões da Aldeia do Pai Natal. Foi dos guardiões, “os super-heróis”, que a menina mais gostou, enquanto o menino percebeu que o Pai Natal “roubou a chave do trenó”. Os super-heróis aperceberam-se e “conseguiram salvar o Natal”. O que o homem das longas barbas brancas queria era “não ter de passar a noite e o dia a entregar presentes e assim ficam no Natal com a família, o que nunca acontecia”.
A mãe, Marina Gomes, leva-os todos os anos à Aldeia do Pai Natal em que a Gralheira se transforma, porque “é uma tradição muito importante”, todos “gostam muito” da iniciativa e é importante “estar presente”.
Albertina Saraiva, nasceu e criou-se na Gralheira, onde vivem cerca de 160 pessoas. É a responsável pela Casa do Café, onde é confecionado “em panelas de ferro à lareira”. É oferecido a quem ali passa. Também tem lá disponível para venda alheiras, chouriços e salpicões, entre outros produtos fabricados pela própria, como doçaria de Natal.
Na Casa do Pão, Ilda Botelho não tem mãos a medir na confeção de bolas de carne. Em cerca de três horas cozeu “à volta de cem”. E se a Casa do Pão tem grande procura, a da bruxa não fica atrás, com fila à porta para a Nana ler a mão de quem pede para saber o futuro. “Espero que estejam todos com as vossas auras muito levezinhas”, atira a quem lhe entra pela porta entre risadas de bruxa.
Entre os milhares que ali foram no fim de semana, Tânia Costa e Diogo Lopes ficaram rendidos à Aldeia do Pai Natal. “Muito bonito, estamos a adorar”, concordaram, depois da volta pelas casas temáticas que se seguiu ao almoço de comemoração de um aniversário na família.
Jorge Meireles é motard de Paredes. Foi com oito amigos do Grupo Rodas e Pregos. Um deles já tinha ido lá e recomendou aos outros. “Gostamos muito de passear sobre duas rodas e de conhecer vários pontos do país”, salientou Jorge.
Carlos Cardoso, vereador da Câmara de Cinfães, que organiza a iniciativa na Gralheira, explica que durante quatro dias “toda a aldeia é transformada num autêntico parque temático com 20 espaços” e que “as casas dos habitantes são utilizadas como cenários”. O objetivo é “explorar o imaginário infantil, com muita animação espalhada pela aldeia para satisfazer miúdos e graúdos”.
No próximo fim de semana há mais, entre as 10h00 e as 18h00. Convém ir agasalhado porque a temperatura pode não ser simpática para quem se esquecer dos casacos em casa.
