A história do vinho, da região demarcada e património da humanidade está na mais importante casa do Douro - que durante séculos foi o centro de toda a atividade comercial e agrícola, desde Baião até Barca D'Alva.
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O Museu do Douro foi inaugurado a 20 de dezembro de 2008, na Régua. A casa da Companhia Geral da Agricultura do Alto Douro, antigo edifício da Real Companhia Velha, acolhe desde essa data um espaço cheio de história e com muitas 'estórias' dentro.
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Bem no centro da cidade do vinho, o Museu recebe os visitantes com um dos símbolos da vida e do trabalho no Douro. Um barco rabelo salta à vista no pequeno jardim relvado, onde, nos meses mais quentes também se vive a região com diversas atividades. É uma verdadeira esplanada para observar o rio e as vinhas em socalcos na margem esquerda, numa paisagem única.
O jardim conduz-nos à entrada e à primeira sala de exposições temporárias. Por aqui passam as mais diversas temáticas e autores, desde que haja uma relação com a região e o vinho. Dominique Pichou é, por estes dias, o pintor francês da região vinhateira de Bordéus, exposto nesta sala de receção.
Neste piso existe uma loja com produtos de merchandising ligados à temática do vinho, às tradições e ofícios com um toque de modernidade e bom gosto. A exposição permanente e que marca a essência do Museu está também neste andar. "Douro: Matéria e Espírito" abrange o universo duriense, onde o passado dos trabalhos agrícolas e a vida do dia-a-dia pode ser, e é interpretada. Aqui há cheiros do Douro.
Os sentidos apuram-se no andar superior. O olfato é levado para os "perfumes" dos vinhos numa prova ensinada para conhecer um pouco da dimensão dos néctares. A visão prende-se numa enorme parede recheada por garrafas de vinho, "alinhadinhas" com o rigor dos instrumentos de controlo do vinho, que aqui também se podem apreciar.
Na passagem do 10.º aniversário, o Museu do Douro, abriu uma "parte de trás", escondida e inacessível até agora, e que fará as delícias dos que procuram a história mais minuciosa e nos detalhes. Um arquivo imenso de inúmeros livros de registos e curiosidades da vida e das relações no Douro de outros tempos, que fazia parte do espólio da Casa e que tinha saído daqui para Gaia, voltou com toda a sua graça e esplendor. Pode ser consultado ali, ponto por ponto, linha por linha, num local "arranjado" com comodidade e segurança.
Ao lado, vários ateliers, protegidos com vidros, mostram a atividade de restauro e conservação de diversas peças e o trabalho de minucia dos obreiros do Museu. Aqui restauram-se peças deste e de outros museus espalhados pela região. Essa é também outra das missões deste Museu do Douro. Levar o que passa por aqui aos diversos concelhos que fazem parte da região demarcada. O Museu faz intercâmbios de formação teórica e prática pela região.
A visita termina numa sala de provas. Ou pode continuar no wine bar e no restaurante, que, com um espaço para eventos, mostra também umas janelas enormes que "obrigam" qualquer mortal a contemplar a "bem-aventurança e o excesso de beleza" de Torga que fica em frente ao olhar mais distraído.
A visita deve continuar região fora.