É cirurgião plástico, já publicou 10 livros de poesia e no bloco operatório gosta de recitar versos. João Barreto Guimarães acredita que a poesia pode ser um bálsamo.
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Na vida deste médico, "medicina e poesia complementam-se". João Barreto Guimarães conta que começou a escrever aos 15 anos, "muito antes de decidir ser médico". "Nos primeiros livros não havia muita presença da medicina, eram universos distintos". Com o passar do tempo "as vivências enquanto médico e a relação com a doença, a vida, a morte e os doentes, de alguma forma contaminam o que escrevo, ainda que se passe em lugares distantes de um hospital".
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Em entrevista à TSF, João Barreto Guimarães diz que os doentes e os colegas de trabalho conhecem este outro lado do médico e "muitos chegam a trazer livros para assinar e os colegas do hospital sabem que este médico escreve. Mas gosto mais de dizer que é um poeta que opera".
O cirurgião do Hospital Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, vê a poesia como um bálsamo e conta que muitas vezes nas consultas as conversas vão muito além da medicina.
João Barreto Guimarães não consegue imaginar-se sem a cirurgia mas afirma que "a poesia é uma coisa diária, de todas as horas e começa a ser difícil conciliar todas estas atividades. Nos momentos em que exerço medicina pressinto que já não é um cirurgião que está ali a operar, mas um poeta". Durante as cirurgias "lembro-me de poemas, de poetas, como falamos de pintores e de músicos... tentamos tornar aquelas horas mais agradáveis enquanto as mãos inteligentes vão fazendo o seu caminho connosco a vigiá-las".
João Barreto Guimarães, cirurgião e poeta, venceu o Prémio António Ramos Rosa 2017 e em maio prepara-se para publicar um novo livro.
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