Catarina Martins é a artesã das máscaras feitas de junça. Conta que começou a atividade "por brincadeira", recorrendo às técnicas de "trança e ponto". Sem "planos ou projetos”, o objetivo é dar "asas à criatividade"
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O Entrudo em Penedono, no distrito de Viseu, ainda não é tão badalado como outros tradicionais, casos de Podence (Macedo de Cavaleiros) e Lazarim (Lamego), mas começa a ganhar visibilidade, nomeadamente devido às máscaras feitas com junça.
A junça é uma planta herbácea que cresce espontaneamente em zonas húmidas. Para ser trabalhada tem de ser seca e depois voltar a passar umas horas dentro de água. Já foi muito utilizada para amarrar a rama das videiras aos arames das vinhas.
Na aldeia de Antas de Penedono vive uma artesã que está a ter sucesso na produção de “Juncetos” e “Juncetinas”, a forma como Catarina Martins chama às suas máscaras feitas de junça.
Catarina começou a atividade em 2018, “por brincadeira”. Na altura fabricou duas feiticeiras, porque diz que a sua terra “é conhecida como a aldeia das feiticeiras”. A seguir “as pessoas começaram a gostar” e a partir daí passou a dar “asas à criatividade”.
Além das feiticeiras, a artesã faz outras figuras que surgem de forma espontânea. “Não faço planos nem projetos”, refere, preferindo começar a trabalhar e depois “é o que sai”. No entanto, Catarina tem duas técnicas, nomeadamente “a trança e o ponto”. No caso da “Juncetina” recorre ao “croché e trapilho para criar máscaras mais coloridas”.
Catarina tem vivido da atividade. Vende as máscaras a preços “a partir de cemeuros”. Depois depende do trabalho que derem. Por norma, “demoram uma semana ou mais a fazer”.
A artesã já levou os juncetos a várias exposições de artesanato nacionais e internacionais e também já amealhou vários prémios.
Em 2018, a Câmara Municipal de Penedono certificou a marca “Junça da Beselga”, que é o nome de uma aldeia onde se pensa terem sido feitos os primeiros cestos e potes em junça.
