O primeiro-ministro assinou um contrato que permite manter coleção de Miró, antiga propriedade do BPN, no Porto
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O primeiro ministro, António Costa, assinou, esta tarde, com a Câmara do Porto o contrato de cedência, por um período de 25 anos, das 85 obras representativas de 60 anos de carreira do artista Juan Miró. O espólio fica à responsabilidade do Município, a curadoria fica a cargo da Fundação de Serralves.
As obras do artista catalão pertenceram ao antigo BPN, estiveram para ser alienadas pelo anterior Governo, acabaram por se manter na posse do Estado e foram agora cedidas à cidade do Porto.
"Porquê o Porto", atirou Rui Moreira, deixando a resposta para o primeiro-ministro. "Julguei que era óbvio porquê no Porto", respondeu António Costa.
A "razão fundamental por ter sido escolhido o Porto", explicou o chefe de Governo, prende-se com o facto de "potenciar e diversificar o acesso à cultura no conjunto do território nacional". Além do mais, acrescentou, "há mais país para além de Lisboa e é muito importante que num momento de grande crescimento da atividade económica, da projeção nacional e da atividade turística na cidade reforcemos a capacidade criativa e a cena artística do Porto".
No âmbito do Protocolo de Depósito e de Promoção Cultural assinado na mesma ocasião entre a Câmara Municipal do Porto e a Fundação de Serralves, a autarquia liderada por Rui Moreira compromete-se a financiar, até um milhão de euros, as obras de ampliação, remodelação ou conservação da Casa de Serralves, que receberá a exposição permanente das obras de Miró. Além disso, vai pagar anualmente 100 mil euros à Fundação de Serralves, pelo prazo de 25 anos, para que a Coleção Miró seja protegida e promovida nacional e internacionalmente.