"The Folga Gaang Project" leva a Música de Câmara de Macau à Fundação Oriente, em Lisboa, este sábado, às 21:30. A TSF conversou com o diretor musical.
Corpo do artigo
São dois macaenses e um portuense os elementos do "Folga Gaang Project", um trio criado para uma digressão pela China, onde foi apresentado o disco "Picnic In The Cemetery", este gravado com outra formação que dá pelo nome de "Day Off".
Liderados pelo pianista e compositor Njo Kong Kie (nascido na Indonésia, criado em Macau e atualmente a viver em Toronto), os "Day Off" deram origem ao "Folga Gaang Project", depois de dois dos músicos do trio original não terem possibilidade de fazerem a tournée chinesa.
Assim, o violinista Simon Claude deu lugar ao macaense Hong Iat U e o violoncelista Alexandre Castonguay foi substituído pelo músico portuense Ricardo Januário. E, por tudo isto, havia que mudar de nome: do "dia de folga" ("Day Off") passou-se à designação de "Folga Gaang" - uma junção feliz da portuguesíssima "Folga"com o termo cantonês "Gaang", que significa "trabalho em dia de folga". No fundo, dois nomes de formação que se completam.
Quanto à música, toda ela composta por Njo Kong Kie, é Música Contemporânea, influenciada por compositores clássicos como Bach, Brahms ou Schubert, pela música minimalista e por compositores de bandas sonoras como o libanês Gabriel Yared ou John Williams.
Uma mistura tão explosiva quanto bela. E já que falei em bandas sonoras, refira-se que os espetáculos do "Folga Gaang Project" têm, para além da música, as componentes do cinema/vídeo e do teatro (através de performances de atores ou atrizes e/ou bailarinos ou bailarinas), tudo isto numa base em que a música pretende levar os auditórios a meditar, por exemplo, sobre a importância da vida perante a inevitabilidade da morte.
No fundo, é essa a mensagem que desmonta e desmistifica o aparentemente tétrico e mórbido título do trabalho que vai ser levado a palco: "Picnic In The Cemetery".
"The Folga Gaang Project" leva a Música de Câmara de Macau este sábado, pelas 21.30, à Fundação Oriente, em Lisboa . A digressão portuguesa segue a 29 no Porto, no bar Maus Hábitos, a 1 de Outubro na Casa das Artes de Famalicão, e nos dias 2 e 3 no "wine bar" Cais da Villa, em Vila Real.