A iniciativa da NOVA FCSH envolveu universitários, cineastas e alunos do 3.º Ciclo da Margem Sul de Lisboa
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A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa apresenta esta sexta-feira a primeira versão de "Na Trafaria", um filme que visa fazer um mapeamento do território desta cidade na margem sul da capital de forma inovadora, usando o cinema como ferramenta cartográfica.
O documentário nasce de um outro projeto, o "T-Factor", cujo objetivo é transformar o antigo Presídio da Trafaria num novo Instituto de Arte e Tecnologia da NOVA, ao mesmo tempo que procura envolver a população local através de atividades académicas e artísticas. A liderar o projeto esteve o professor da FCSH Pedro Florêncio que escolheu a dedo alguns alunos do Departamento de Ciências da Comunicação da faculdade para trabalhar no documentário, apesar de desdenhar deste termo para descrever o projeto. "O nome tem água no bico, mas optamos por ele para simplificar", admite, em declarações à TSF. "O interesse partiu da vontade de, através do cinema, mapear o lugar de uma maneira alternativa, diferente do que se vê, por exemplo, num Google Maps", acrescenta.
As filmagens contaram ainda com o envolvimento de vários alunos do 9.º ano da Escola Básica da Trafaria, com a qual foi feito um protocolo. Além de envolver os estudantes na realização do filme, foram feitas oficinas e aulas de cinema no âmbito da disciplina de Educação Visual, em que participaram duas turmas. Pedro Florêncio admite que filmar a escola era uma vontade que tinha desde o início. "Trata-se do coração do futuro da Trafaria", justifica o realizador.
A rodagem do documentário desta sexta-feira vai ocorrer no próprio Presídio da Trafaria e servirá como "uma espécie de antestreia", até porque, explica o professor, trata-se de um filme modelar, pelo que dificilmente vão haver duas sessões idênticas. "O documentário divide-se por espaços. É modelar no sentido em que, a cada exibição, podemos mudar a ordem em que mostramos os espaços filmados", adianta.
Numa altura em que o filme se encontra ainda em fase de pós-produção, estão previstas duas outras rodagens em julho, no dia 19 e no dia 27. Já a "estreia comercial", como lhe chamou Pedro Florêncio, está prevista para 2025.
