Raramente há deputados no Coro da Assembleia da República. São funcionários parlamentares, e não só, que puxam pela vez, depois das horas de expediente.
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Atualmente, são cerca de 20 as vozes do coro dos funcionários do Parlamento.
Juntam-se ao maestro, todas as semanas, ou quando é possível. Em mais de uma hora, ensaiam o máximo possível de peças.
São variadas, entre o cancioneiro português, até obras antigas, ou espirituais negros.
Há peças em português, latim, espanhol, francês e inglês.
Este Concerto de Bolso TSF foi registado durante um dos ensaios de março do coro. O grupo estava perto de uma apresentação, e por isso, o maestro Afonso Granjo ia dialogando com os cantores, sobre os temas que faria sentido levar.
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"Tem de ser assim. Todos temos uma voz e eu dou a minha opinião. Mas cada um pode dizer o que pensa", explica o maestro.
O coro da Assembleia da República, existe desde 2005 e funciona no âmbito do Grupo Desportivo Parlamentar. Uma associação de funcionários do parlamento português, que, apesar do nome, não é apenas desportiva.
Paula Crespo, é a coordenadora do coro, e explicou, no Concerto de Bolso TSF, que apesar de inicialmente, serem só os funcionários a poder participar, foi entretanto aberta a possibilidade de associação a gente fora do parlamento.
Há mais vozes femininas que masculinas - "é assim em todos os coros amadores e até profissionais", explica o maestro Afonso Granjo - e isso condiciona o repertório.
Uma e outra vez, há deputados que integram o coro. Francisco Madeira Lopes, deputado do Partido Ecologista "Os Verdes", foi um dos últimos e deixou saudades, mas Paula Crespo aceita que a vida de deputado não é fácil, e a disponibilidade escasseia.
Aqui e ali, o coro é chamado a fazer apresentações no âmbito da programação cultural do Palácio de S. Bento, e até já participaram em cerimónias solenes.
O maestro Afonso Granjo lembra aquela visita dos reis da Suécia, em que até escolheu uma obra nórdica, para surpreender os monarcas.