O livro "Vidas e Vozes do Mar e do Peixe", de Maria Manuela Valagão, Nídia Braz e Vasco Célio é um tributo a um dos maiores patrimónios português: o mar.
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O livro é um olhar para o mar e para tudo o que ele envolve: a sua história, geografia, recursos naturais, as memórias das pessoas que dele vivem, mas também a investigação e o futuro deste oceano. Maria Manuel Valagão, uma das autoras, doutorada em Ciências do Ambiente, já tinha publicado um livro sobre o Algarve Mediterrânico e percebeu que tinha que fazer qualquer coisa sobre o Mar. "Fiquei a pensar como havia de abordar o mar".
Maria Manuel Valagão foi à procura de pescadores um pouco por todo o Algarve para ter os seus testemunhos.
Encontrou Joaquim Dias de Sousa, na Fuzeta. Joaquim Bloco, como é conhecido.
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Um homem que andou à pesca do bacalhau. Conta que trabalhava num navio grande, no S. Rafael, na Gronelândia. Acompanhou sempre Maria Manuel Valagão e explicou-lhe aquilo que ela quis saber." Andei sempre com ela", diz Joaquim Bloco, dirigindo-se à autora.
E deu-lhe um de vários testemunhos que enriquecem o livro. Nídia Braz, professora na Universidade do Algarve e outra das autoras, considera que o livro não é um manual académico.
Pelo contrário, pode ler-se quase como um romance." O nosso objetivo é que este livro seja para o cidadão comum".
No entanto, para chegar ao resultado final foi preciso muita investigação e consultar historiadores, sociólogos, escritos antigos e também conhecer o trabalho de investigação que se faz atualmente.
No livro não faltam igualmente receitas com produtos do mar concebidas pelas famílias dos próprios pescadores.
Joaquim Bloco ficou feliz por ter dado o seu testemunho e dar a conhecer as suas memórias. Por contar a dureza dos tempos em que ia atrás do bacalhau para a Gronelândia, o frio, o estar 6 meses no mar sem tomar banho.
Nesta caldeirada de ingredientes que fazem o livro "Vidas e Vozes do Mar e do Peixe", a fotografia de Vasco Célio é o que mais salta à vista. A fotografia ilustra os textos, enriquecendo com imagens várias passagens do livro. "É uma valorização enorme", diz Nídia Braz.
O livro é publicado pela editora Tinta da China.