As roupas já não dão tanto nas vistas. As "cristas" no cabelo, o cabedal preto, os emblemas perderam destaque. Mas eles continuam por aí. Os adeptos do movimento garantem que o punk em Portugal está bem vivo.
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Em Portugal, surgiu no final da década de 70. "A um passo da loucura - Punk em Portugal 78-88" é um documentário, o primeiro no nosso país, que trata esta temática.
Hugo Conim, realizador, editor de vídeo e músico e Miguel Newton, vocalista da banda punk Mata Ratos, sublinham que tem como objetivo fazer "um registo verdadeiro e muito completo da primeira e segunda geração portuguesa do punk", com mais de quarenta entrevistas a músicos, promotores e intervenientes do movimento.
O filme reúne depoimentos de várias figuras ligadas ao punk e ao rock portugueses, nomeadamente João Pedro Almendra (Ku de Judas), Zé Pedro e Kalu (Xutos & Pontapés), António Manuel Ribeiro (UHF), Jorge Bruto (Capitão Fantasma), José Serra (Aqui d'el Rock), José Vilão (Vómito), Samuel Palitos (Censurados) e Paulo Borges (Minas & Armadilhas).
São várias as bandas que ainda seguem este estilo. É o caso dos FPM e dos Punkarma. No primeiro caso, o gosto acabou por passar de geração em geração. Um dos elementos, Diogo Ribas, sobrinho de João Ribas (vocalista de várias bandas referência do punk, entre elas os "Tara Perdida") confessa que, de pequenino, "já assaltava a bateria lá de casa".
Também os três elementos dos Punkarma, o Xavier (com 15 anos), o Rafa (com 14) e o João, conhecido por "Pokemon" (com 11 anos) confessam que o gosto pelo punk vem de sempre e "vai ficar para sempre".
O documentário "A um passo da loucura - Punk em Portugal 78-88" (a primeira de duas partes) vai integrar o cartaz do Festival Internacional de Música no Cinema (MUVI Lisboa).