Extravagante? À frente do seu tempo? Uma lenda? Freddie Mercury foi isto e muito mais. O filme que mata saudades de um monstro dos palcos e da banda sonora das nossas vidas estreia esta quarta-feira.
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Dificilmente um filme de pouco mais de duas horas fará jus a uma produção que, entre avanços e recuos, levou praticamente uma década a ser terminada. Dificilmente um filme, independentemente da duração, fará jus ao fenómeno musical que o mundo conhece pelo nome Queen.
Mas era inevitável que um dia, dos palcos de estádios e mega-eventos (chegaram a tocar perante 600 mil pessoas na 1º edição do Rock in Rio, em 1985), a história da banda saltasse para a tela do cinema. O resultado está aqui.
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O filme tem o nome de "Bohemian Rhapsody", a música composta em 1975 por Freddie Mercury e uma das mais populares dos Queen. A fusão entre ópera e hard rock levou a revista Rolling Stone a incluí-la na sua lista das grandes Canções de Todos os Tempos, e o solo de guitarra mereceu um honroso 20º lugar na lista de melhor solo de sempre.
Explicado o título, vamos ao resto... e não é pouco. A ambição era contar a história de uma banda rock que viveu sempre à frente do seu tempo, graças ao magnetismo do seu vocalista, um dos artistas mais amados do planeta. Freddie Mercury inventou-se nos palcos para levar a sua banda ao topo do mundo. Ao longo de duas décadas, os Queen influenciaram gerações de músicos, inspiraram milhões de admiradores e bateram todos os recordes: venderam qualquer coisa como 150 milhões de discos e correram o mundo em digressões.
O egípcio Rami Malek foi o escolhido para o papel de Freddie Mercury, depois de Sacha Baron Cohen ter sido recusado por Brian May, guitarrista da banda, e Roger Taylor, baterista, que são também produtores executivos do filme.
Em entrevista no talk-show de Jimmy Kymmel, o ator falou do difícil processo de encarnar Mercury, um desafio que o levou a passar 50 horas a experimentar roupa. Rami Malek definiu então um único objetivo para quando terminassem as gravações: ficar com a dentadura que teve de usar nas filmagens para imitar os dentes da personagem Freddie.
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O não menos célebre Brian May, escreveu há dias no Instagram: "O Freddie teria adorado isto tudo, espero que ele não esteja muito longe, só a uma dimensão de distância, e com um sorriso maroto no rosto."
May produziu a banda sonora que acompanha o filme e fez uma versão "muito Queen" para o genérico da 20th Century Fox.
A realização é de Bryan Singer que abandonou o filme nas cenas finais, tendo a direção sido então entregue a Dexter Fletcher. Na verdade, a equipa de produção de "Bohemian Rhapsody" seguiu a história, por vezes atribulada, da banda liderada pelo extravagante Freddie Mercury.
O filme que estreia esta semana em Portugal é o culminar de um projeto que explora a identidade complexa do artista, um monstro de palco, dotado de uma voz única, mas que manteve sempre um muro de silêncio em torno da sua vida privada. Freddy Mercury só admitiu que era seropostivo um dia antes de morrer, num curto comunicado de imprensa, depois de anos de especulações provocadas pela degradação evidente da sua condição física.
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A antestreia do filme teve lugar na semana passada, em Londres, na SSE Arena de Wembley, a poucos metros do estádio onde os Queen fizeram história numa atuação memorável no Live Aid, em 1985 - considerada uma das maiores performances da história do rock.
Esta quarta-feira, "Bohemian Rhapsody" chega às salas de cinema portuguesas.
Freddie Mercury morreu em Londres a 24 de novembro de 1991, com 45 anos. Vinte e sete anos depois, "The Show Must Go On".