Simónides revela-se através da sua coleção. Raquel André coleciona os segredos dos Simónides que encontrou no Vale do Minho.
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Colecionamos o que nos escapa das mãos. Que memória transporta um objeto?
Raquel André coleciona os próprios colecionadores, eles mesmos, pede-lhes que lhe contem um segredo, que lhe contem o que é ser colecionador. Pede-lhes que se deixem colecionar. No Segredo de Simónides, coleciona-se o outro e guarda-se o que não dá para guardar.
Através das suas coleções, a Raquel conhece colecionadores em suas casas, entrevista-os, desbrava os seus contextos e vidas, bem como a história de um Portugal encantatoriamente profundo, entre os castiços e queridos meses de Verão e o isolamento e frio de longos invernos. As suas coleções são pretexto para colecioná-los em encontros que se guardam em vídeo, e para pedir-lhes objetos raros e importantes que fazem viajar as suas histórias. Constrói-se um novo acervo, contentor de uma cartografia de estórias e memórias que viaja de cidade em cidade, num projeto que acumula colecionadores a cada nova apresentação e contexto de acolhimento. O projeto foi vencedor da segunda edição da Bolsa Isabel Alves Costa, uma iniciativa das Comédias do Minho e do Festival Internacional de Marionetas do Porto, com a coprodução do Teatro Municipal do Porto- Rivoli- Campo Alegre.
Em cena no Teatro Municipal do Porto Rivoli, espetáculo inaugural do Festival Internacional de Marionetas do Porto nos dias 14 e 15 de Outubro, 2016. De 27 de Outubro a 27 de Novembro digressão de 20 apresentações no Vale do Minho - Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Vila Nova de Cerveira, Valença.