"Obra política e poética que mostra a resiliência do amor." Mais de 200 retratos de Zanele Muholi expostas em Serralves

Serralves
Organizada pela célebre galeria londrina Tate Modern, a fotografia de Zanele Muholi mostra a resistência e intimidade de pessoas negras da comunidade LGBTQIA+. Agora, mais de 200 trabalhos estão expostos no Museu de Serralves, no Porto, e alguns foram criados especificamente para esta exposição
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"É uma obra profundamente política, mas também muito poética, íntima e que mostra não só as lutas, mas também a resiliência do amor." É assim que a curadora Inês Grosso começa por descrever o trabalho de Zanele Muholi, uma ativista sul-africana, não binária e artista visual, que pegou na sua câmara fotográfica para dar uma imagem às pessoas que não têm voz.
Na sua estreia em Portugal, a exposição, com o nome da artista, conta com mais de 200 fotografias de pessoas negras da comunidade LGBTQIA+, um pouco por todo o mundo, mas também no seu país natal, durante o Apartheid.
O trabalho já foi exposto em cidades como Berlim e Paris e chega agora ao Porto. Inês Grosso revela que Serralves recebeu este projeto com ambição. "Decidimos contactar um arquiteto que nos ajudou a pensar o espaço para acomodar os diferentes núcleos que integram esta exposição. A exposição é organizada de forma cronológica, a partir destas secções temáticas, que mostram de séries icónicas a trabalhos mais recentes, alguns dos quais que foram feitos especificamente para Serralves", afirma.
A exposição tem luta, alegria e intimidade. Algumas fotografias mostram casais em situações banais, do dia a dia, a expressar afeto. Além de ser um grito de liberdade e resistência, a curadora diz que o objetivo da exposição é também mostrar que "a comunidade pode ser feliz".
A exposição de Zanele Muholi está no Museu de Serralves até 12 de outubro.
