
Filipe Ferreira
Odisseia, de Homero, está na sala estúdio do teatro da Trindade, é um concerto rock, tudo sobre Ulisses em 45 minutos.
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É um concerto, com a banda no palco, spoken word, diz Teresa Sobral, que encena a Odisseia, sim a de Ulisses, o que fundou Lisboa, a maneira criada para esta Odisseia é ter um rei Punk, com musica ao vivo e todos os sons das tempestades e batalhas criados também em tempo real. Um rei Punk, não quer dizer que a música seja Punk. Para que fique claro, diz Teresa Sobral, não deve ninguém que goste deste homem, Sófocles fez dele um cínico, Eurípides um demagogo, Platão chamou-lhe o verdadeiro mentiroso, Shakespeare o modelo do político e Giraudoux o ancestral de todos os embaixadores céticos e indiferentes, este é Ulisses ou Odisseia. Odisseia neste caso é um verdadeiro concerto de rock, não é um musical, avisa Teresa Sobral, e teatro também não. Há também sons de fundo, sonorização em tempo real que é o estamos a ouvir em fundo, as muitas tempestades que Ulisses sofreu, não é todo o poema, mas todas as palavras são de lá, do poema. Este é o Ulisses, mentiroso, gabarola, herói, rude, agreste, demagogo, quem pode gostar dele
Odisseia de Homero, versão de Teresa Sobral, está na sala estúdio do Teatro da Trindade, em Lisboa e fica de quarta a sexta à 3 da tarde, e ainda outros horários, também para escolas até 28 de abril.