Esta sexta-feira, o saxofonista norte-americano Tim Berne leva ao Anfiteatro ao Ar Livre da Gulbenkian o quinteto que dá pelo nome de Snakeoil. Mas há mais, neste segundo dia de Jazz em Agosto.
Corpo do artigo
A primeira sexta-feira desta 33.ª edição do Jazz em Agosto, começa às 18:30na Sala Polivalente da Fundação Calouste Gulbenkian, com o guitarrista Marc Ribot a desenhar, a solo, a banda sonora do filme "Shadows Choose Their Horrors" da realizadora Jennifer Reeves. Um espetáculo que, a exemplo do que aconteceu ontem à noite com The Young Philadelphians e o Lisbon String Trio, já está esgotado.
À noite, a partir das 21:30, no Auditório ao Ar Livre, vai ser oferecida "banha da cobra". Mas ao contrário do sentido pejorativo que habitualmente se dá quando se fala em "vendedores de banha da cobra", aqui, o "vendedor" é um dos grandes nomes do Jazz contemporâneo: Tim Berne, saxofonista alto que se apresenta no Jazz em Agosto com o mais recente projeto que lidera, os Snakeoil.
Constituídos por Tim Berne (sax alto), Oscar Noriega (clarinete e clarinete baixo), Ryan Ferreira (guitarra acústica e eléctrica), Matt Mitchel (piano e eletrónica) e Ches Smith (bateria), os Snakeoil foram formados por Berne em 2011 e têm um currículo discográfico de quatro álbuns ("Snakeoil" de 2012; "Shadow Man" de 2013; "You've Been Watching Me" e "Spare", ambos de 2015), muito embora, como afirma Rui Neves, esta formação seja "um grupo de palco, completamente; não é um grupo de estúdio".
E para melhor entender a filosofia que preside à música dos Snakeoil, será curioso recordar as afirmações de Tim Berne à revista Jazz Times quando, referindo-se aos elementos que integram o projeto, disse que "este é o tipo de músicos que nunca seriam primeira escolha". E poderá perguntar-se: então porque foram escolhidos? - e a isso responde Berne: "porque estes músicos não obedecem muito bem a ordens e não se limitam às coisas óbvias".
Se a tudo isto se juntar o vasto currículo de Tim Berne, onde se podem destacar prestações com o saxofonista John Zorn ou o guitarrista Bill Frisell, então, tudo aponta para que a noite desta sexta-feira no Jazz em Agosto seja sonoramente inundada por uma "desordem organizada" untada com... óleo de cobra.
fT3UjDFTfR0