"I know not what tomorrow will bring". Não sei o que o amanhã trará. Pessoa escreveu esta frase no dia da morte, há 80 anos. Palavras de um outro desassossego, o de uma vida cheia de livros, palavras e gente a habitar a cabeça do poeta. Palavras que esta segunda-feira à noite se recordam.
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Clara Riso, a mulher que atualmente dirige a Casa Fernando Pessoa, onde o poeta viveu os últimos 15 anos de vida, em Campo de Ourique, e onde nas duas últimas semanas foi acontecendo o Festival do Desassossego. Este é um ato cultural que junta as duas casas de autores de Lisboa, Fernando Pessoa e José Saramago. Tudo começou há duas semanas no dia do aniversário de Saramago e encerra hoje no dia da morte de Fernando Pessoa.
Clara Riso, a programadora da Casa Fernando Pessoa conta que pretendeu "que falemos do desassossego que as leituras que nos marcam, as leituras que nos fazem pensar, influenciam a maneira como trabalhamos, vivemos e nos comportamos".
Antes, já Saramago se tinha aproximado de Fernando Pessoa, quando escreveu "O Ano da Morte de Ricardo Reis", heterónimo de Pessoa, uma obra que ligou os dois autores para sempre.
Luís Miguel Cintra é quem vai relembrar, esta noite, os anos depois de Pessoa, os poetas que escreveram com e sobre Pessoa. Clara Riso diz que "estas leituras na Cornucópia tem nome de "A nossa natural angústia de pensar: Fernando Pessoa e as marcas que deixou na poesia portuguesa". A programadora revela ainda que o tema desta noite foi buscar inspiração a um verso do poeta António Boto "o primeiro verso, a nossa natural angústia de pensar foi o verso que o Luís Miguel Cintra escolheu para este programa".