O oitavo livro do psicólogo organizacional, "Condenação", resulta de "quase três anos de investigação" e chega esta quinta-feira às livrarias
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Pedro Almeida Maia lança, esta quinta-feira, o seu oitavo livro, “Condenação”, inspirado num gangster açoriano que viveu nos EUA durante a lei seca nos anos 20 do século XX. A obra levou o autor a um trabalho de pesquisa minucioso que o fascinou desde a primeira hora.
“Foram quase três anos de investigação, obrigou-me a contactar entidades nos EUA, desde embaixadas a estabelecimentos prisionais, a vasculhar registos paroquiais, a edição online do Boston Globe e a passar horas ao telefone com pessoas de cá e de lá”, explica à TSF o psicólogo organizacional, natural de São Miguel, nos Açores.
Apesar de a escrita não ser a sua atividade principal, Pedro Almeida Maia, admite que, continua a fazê-lo, porque tem "um gosto enorme em montar esses puzzles e dar sentido a histórias que possam ser disruptivas e que possam também trazer aos leitores curiosidades ou aspetos diferentes sobre o nosso passado”.
Reunida toda a informação necessária e relevante, o autor começou a escrever o romance “Condenação” que chega, esta quinta-feira, às livrarias e que dá também uma perspetiva diferente do que pode ser a emigração.
“É uma história diferente dos anteriores livros, porque trata a açorianidade com uma visão exterior, eu coloco-me na posição de narrador que não é açoriano e neste livro eu também quebro a visão romantizada dos Açores e da insularidade, o meu olhar é mais critico. Tinha aqui a oportunidade de contar o lado B da emigração e quando as coisas não correm bem”, refere.
A propósito deste novo romance, Pedro Almeida Maia adianta que este é o género literário onde se sente mais confortável: "Eu escrevo romance com base em ciência”, embora tenha revelado que tem contos dispersos que gostaria de reunir em livro em breve.
Pedro Almeida Maia começou por escrever para música em 1996, passou pelas crónicas, poesia, ensaio, literatura infantojuvenil, até chegar ao romance, o que lhe valeu logo na estreia, em 2012, o Prémio Letras em Movimento, a que foi somando outros. Os trabalhos mais recentes não só integram o Plano Regional de Leitura dos Açores, como têm sido elogiados pela crítica, nomeadamente, “Ilha América” escrito em 2020 e “Escrava Açoriana” editado em 2022.