O espetáculo Ibéria vai ser apresentado em duas sessões no Teatro Municipal de Vila Real, nos dias 31 de maio e 1 de junho
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A companhia Peripécia Teatro de Vila Real comemora este mês 20 anos de existência. Foi fundada em 2004 por um ator português, Sérgio Agostinho, e dois espanhóis, Noélia Domínguez e Ángel Frágua. Foram duas décadas de altos e baixos, mas chegados a 2024 é tempo de comemorar com a apresentação da renovada peça de estreia, “Ibéria – A Louca História de uma Península”.
“Ibéria” retrata os episódios que ligam Portugal e Espanha, ao longo de mais de mil anos de história. Armada de uma ironia e propensão para o absurdo que são já característicos do seu registo, a Peripécia Teatro pretende promover uma reflexão humorística e crítica da História e do imaginário coletivo dos povos peninsulares.
A peça tem nova “roupagem”, nomeadamente com a introdução de música, o que tem obrigado os três atores a adaptarem-se à presença de mais um elemento em palco. O codiretor artístico da Peripécia, Sérgio Agostinho, assume que a música vai provocar “um efeito de engrandecimento do espetáculo”, porque quando a peça começou a ser feita, há 20 anos, “era um espetáculo assumidamente pobre”.
Esta companhia de teatro de Vila Real está hoje de boa saúde, mas nem sempre foi assim. Noelia lembra-se bem dos ensaios numa “sala pequenita e sem grandes condições em Lousada”. Uma vez ensaiaram no “quintal de um vizinho”. “Não tínhamos condições, nem figurinos, não tínhamos nada. Só pedras. Mas com rigor, a ensaiar debaixo do Sol”. E agora, no Centro Cultural e Recreativo de Benagouro, em Vila Real, onde a Peripécia tem sede, até há “um tapete”. “Era o que realmente queríamos ter! Porque é o sítio onde se cria tudo”.
Vinte anos depois, Sérgio Agostinho assume que a companhia “nunca esteve numa situação tão boa”. Em termos de instalações, de financiamento e de equipa [oito profissionais], diz que está “num ponto muito interessante do percurso”.
A revisitação de “Ibéria” marca também o regresso ao trabalho de representação na Peripécia de Ángel Fragua, onde deixou de participar em 2017. Confessa que reencontrar-se em palco com os antigos colegas está a ser “bastante divertido”.
O espetáculo Ibéria vai ser apresentado em duas sessões no Teatro Municipal de Vila Real, nos dias 31 de maio e 1 de junho, às 21h30. Nos dias 6, 7 e 8 de junho, a peça de 75 minutos de duração vai andar numa minidigressão no litoral alentejano. A Feira Ibérica do Fundão recebe-a a 28 de junho e vai poder ser vista em Chaves, no dia 29 de agosto.
A comemoração dos 20 anos de existência inclui o livro de banda desenhada “Peripécia Teatro 20 anos sobre as tábuas e com elas às costas”. Assinada por Zé Tavares e Sara Figueiredo Costa, revela momentos, episódios e peripécias destas duas décadas de atividade.
