Cantores de todo o mundo estão em Lisboa para competir no Operalia, o concurso mundial de ópera criado por Plácido Domingo, para encontrar e premiar talentos musicais na área da ópera.
Corpo do artigo
Plácido Domingo cantou Otello no palco do São Carlos há quase 20 anos. Agora está de regresso ao teatro de Lisboa para dirigir a Orquestra Sinfónica Portuguesa na final da Operalia.
O tenor e maestro espanhol que atualmente é diretor-geral da Ópera de Los Angeles organiza o concurso de talentos na área da ópera há 26 anos, mas confessa que não queria estar no lugar dos concorrentes: "Tenho uma grande admiração pelos cantores porque acho que não seria capaz de entrar numa competição. Eu preciso e gosto do palco mas só de pensar em estar em frente a um júri... Fico feliz de nunca ter feito isto."
TSF\audio\2018\08\noticias\27\02_sara_de_melo_rocha_operalia_17h
Portugal recebe o evento pela primeira vez e conta com 40 concorrentes de 24 países. O tenor Luís Gomes e a soprano Rita Marques representam as cores nacionais no palco do São Carlos, numa edição que recebeu cerca de 700 candidaturas.
"Trazemos os melhores dos melhores cantores de ópera do mundo", conta Patrick Dickie, diretor artístico do Teatro Nacional de São Carlos, garantindo que participar nesta competição é uma grande oportunidade para os cantores: "É uma fórmula que resulta de forma fantástica."
De acordo com a organização, o concurso tem servido de rampa de lançamento para artistas de renome, atraindo cantores de todo o mundo com idades entre os 18 e os 32 anos.
Plácido Domingo lembra que esta é uma carreira difícil, sobretudo porque o público está cada vez melhor preparado e porque há cada vez mais talentos na música.
Além disso, o tenor e maestro alegra-se ao dizer que o público está também cada vez mais jovem. "Às vezes as pessoas dizem que a ópera está fora de moda e que o público são pessoas com 60 ou 70 anos. Não é verdade. No outro dia, estava no Teatro Real em Madrid e em todas as filas estavam pelo menos 15 ou 20 pessoas abaixo dos 40", contou.
Plácido Domingo considera que é devido ao interesse crescente do público, que tem cada vez mais acesso à ópera através das redes sociais, e à qualidade dos artistas que "a ópera viverá para sempre".
Dos 40 candidatos, serão selecionados 20 que, na quinta-feira, irão disputar a meia-final. Nos quartos de final e meia-final, os cantores serão acompanhados ao piano. A final deve contar com dez finalistas, num espetáculo aberto ao público que se realiza no domingo e que conta com a participação da Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida por Plácido Domingo.
Entre os 40 selecionados contam-se cantores da Rússia, Suécia, Canadá, Itália, Uzbequistão, Estados Unidos da América, Alemanha, Kosovo, Ucrânia, China, Austrália.