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Está disponível, a partir desta sexta-feira, a plataforma da Biblioteca Joanina Digital. Para já, conta com 300 obras de acesso gratuito. Até 2030, deverá integrar os quase 30 mil volumes do Piso Nobre, numa iniciativa que conta o alto patrocínio do chefe de Estado do Sharjah. Esta sexta-feira é ainda inaugurado o Centro de Estudos Árabes, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
A plataforma Biblioteca Joanina Digital é esta sexta-feira lançada com 300 livros. Até 2030, serão digitalizadas 30 mil obras, resultante de uma parceria da Universidade de Coimbra com a Autoridade Literária de Sharjah (Sharjah Book Authority), dos Emirados Árabes Unidos.
As obras que estão disponíveis são sobre o Médio Oriente. “É uma coleção que tem que ver mais diretamente com o Golfo Arábico, o Golfo Pérsico, com a área de interesse que o próprio financiador e parceiro da iniciativa, o Emirado de Sharjah, tinha. Foi uma forma de convergirmos que o primeiro produto, simbolicamente aproximasse essas duas partes”, explica Delfim Leão, vice-reitor para a Cultura, Comunicação e Ciência Aberta da Universidade de Coimbra.
A iniciativa conta com o alto patrocínio do chefe de Estado do Sharjah, o Xeque Sultan bin Muhammad Al-Qasimi, distinguido em 2018 como Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, que estará presente no lançamento da plataforma.
O acesso à Joanina Digital é “aberto, sem limites” e tem um interface de navegação em português, inglês e árabe. Delfim Leão afirma que “poderá, no futuro, vir a ser enriquecida”.
“Dentro dos desenvolvimentos em que estamos a trabalhar está precisamente a possibilidade de transpor um texto, um livro antigo, para uma língua moderna, fazer traduções para outras línguas automaticamente e utilizar a própria comunidade, ou seja, associar comunidades à volta de um livro, de uma passagem e aprofundar precisamente o debate”, sustenta.
A plataforma, acrescenta, sendo um ponto de chegada importante, “é muito mais do que simplesmente passar um livro de formato impresso a formato digital”.
A plataforma estará disponível aqui e ficará online durante esta sexta-feira.
Este projeto arrancou em fevereiro de 2024 e foram digitalizadas quase 160 mil páginas e catalogados 3343 volumes.
“A pessoa que está a tratar tecnicamente a obra tem de olhar para a obra, ver a sua fonte de informação principal, que é a página de rosto, verificar quais são os elementos, os seus intervenientes, ou seja, o seu autor principal, o seu editor literário, o impressor, tirar todos aqueles elementos, fazer as devidas rubricas uniformes”, sublinha Fátima Bogalho, técnica superior da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra da área de Livro Antigo.
No acervo que estará disponível, Fátima Botelho destaca, além do Breviário Romano do século XVII, um incunábulo impresso em 1495. “Em Portugal, não tínhamos nenhum identificado. Portanto, tudo isto são ganhos. São ganhos para a disponibilização dos fundos patrimoniais”, defende.
Faculdade de Letras inaugura Centro de Estudos Árabes
Na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra é inaugurado, esta sexta-feira, o Centro de Estudos Árabes. Tem também o alto patrocínio do chefe de Estado de Sharjah, o Xeque Sultan bin Muhammad Al-Qasimi, que vai marcar presença na inauguração.
“Este nosso novo centro pioneiro tem como objetivo intensificar a oferta para ensino de língua e cultura árabe, por um lado; por outro, quer intensificar a cooperação científico-pedagógica e cultural com instituições académicas do mundo árabe para dinamizar outras dimensões, nomeadamente a de investigação e a transferência de saber”, explica Albano Figueiredo, diretor da faculdade.
Os cursos de língua têm um limite de 15 estudantes por turma e há já 12 inscrições.
“O que esperamos é que, no segundo semestre, tenhamos Língua Árabe II e pomos a hipótese de também, no segundo semestre, voltar a ter uma turma de Língua Árabe I. Quer dizer que estamos preparados no centro para ir crescendo em função da procura que tivermos”, explica.
Além destes cursos, o centro irá promover, a partir de outubro, uma iniciativa, todos os meses, “entre aulas abertas, workshops, pequenas exposições, pequenos concertos, pequenos colóquios”.