Portugal na Eurovisão? "Se começarmos a misturar música com política, o mundo acaba"
Simone de Oliveira não deixa de condenar a posição do primeiro-ministro de Israel e compreende que são necessárias ações para travar esta “loucura”. Ainda assim, questionou: “Mas vamos misturar política com canções? Será que vale a pena?"
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Simone de Oliveira tem dúvidas de que Portugal deve deixar de participar na Eurovisão, como resposta ao conflito no Médio Oriente. Para a cantora, misturar música com política é ir ao extremo.
“Se começarmos a misturar as coisas, música com política, o mundo acaba. Acabam-se as canções e os cantores”, disse, em declarações à TSF.
“Nunca mais me esqueço que quando estive no Brasil a representar Portugal estava a Rússia e aquilo que me foi pedido foi para eu não falar com a delegação da Rússia, como se eu falasse russo, ou o russo falasse português”, prosseguiu, considerando que estas são daquelas “coisas patetas” e “muito complicadas”.
Simone de Oliveira não deixa de condenar a posição do primeiro-ministro de Israel e compreende que são necessárias ações para travar esta “loucura”. Ainda assim, questionou: “Mas vamos misturar política com canções? Será que vale a pena? Será que isso vai resultar nalguma coisa? Será que não fará com que, de repente, o mundo fique todo contra tudo, contra as canções, contra as letras, contra as ruas, contra os monumentos, contra tudo?”
“Não sei, quer dizer, estou indecisa”, rematou.
A RTP vai discutir, na próxima semana, com a União Europeia de Radiodifusão (EBU) a participação de Portugal na Eurovisão, na sequência da contestação que se tem levantado com a presença de Israel no concurso. A informação foi recolhida pela TSF junto de fonte da RTP, que não quis adiantar qual a posição da televisão pública portuguesa nesta questão.