Portugueses leram mais livros em 2023, jovens contribuíram para aumento das vendas

Quanto ao destino dos livros, 82% dos inquiridos admite que compra para consumo próprio, enquanto 44% compra para oferecer
Leonardo Negrão/Global Imagens
São dados do novo estudo da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros. Destaque para a mudança no perfil: os jovens entre os 15 e os 24 anos são quem comprou mais livros no último ano, liderança essa que pertencia, em 2022, a quem tinha entre 25 e 34 anos. O género literário preferido permanece o mesmo: o romance
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O mercado livreiro nacional cresceu 7% em 2023, em comparação ao ano de 2022. Esta percentagem representa o valor de 187 milhões de euros em 2023, face aos 175 milhões do ano anterior. É uma das conclusões do estudo “Mercado do Livro: Hábitos de Compra e Leitura em Portugal”, desenvolvido pela Nielsen/GFK para a APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros) e apresentado esta quinta-feira no Book 2.0.
Em destaque está ainda a mudança no perfil dos compradores. Segundo o estudo, os jovens entre os 15 e os 24 anos são quem comprou mais livros no ano passado, representando 76% dos compradores. Em 2022, a liderança era dos compradores entre os 25 e os 34 anos (com 41%).
A classe média foi quem comprou mais livros (73%). O número médio de livros adquiridos por pessoa teve uma ligeira subida para 4,8 de livros (em 2022 tinham sido 4,7). Porém, o número de livros lidos é superior: os portugueses leem em média 5,6 por ano, e 73% dos inquiridos afirma ter lido pelo menos um livro nos últimos 12 meses.
Quanto ao destino dos livros, 82% dos inquiridos admite que compra para consumo próprio enquanto 44% compra para oferecer.
O romance é o género literário preferido dos portugueses (61%, 69% em 2022), seguido de policial (49%, face a 42% em 2022), romance histórico (43%, 52% em 2022), e do infantil-juvenil (42%, 50% em 2022). O papel continua a ser o formato de eleição de 93% dos inquiridos, mas 17% admite que também lê livros em formato digital.
O presidente da APEL, Pedro Sobral, vê estes resultados com bons olhos. “Parece que finalmente estamos a adquirir hábitos de leitura e que mais pessoas estão a abrir portas a novos mundos e ideias, em especial nos mais novos, e isso advém da preocupação dos pais e cuidadores em envolvê-los na experiência da leitura e da compra do livro. São boas notícias”, destaca o responsável de associação, em comunicado. “Cada um destes livros comprados é mais uma oportunidade para influenciar a próxima geração a resistir à manipulação e a ter um pensamento crítico robusto”, sublinha ainda.
O Book 2.0 é uma iniciativa da APEL. A associação diz que o evento “pretende colocar no centro do debate os principais desafios que o livro e a leitura enfrentam, apontando caminhos para os ultrapassar”. Esta é a segunda edição e decorre entre esta quinta-feira e sexta-feira no Museu do Oriente, em Lisboa.
