Um "Urso" e "mercado" para o cinema português é o que espera o produtor cinematográfico Luís Urbano da participação nacional no Festival de Berlim.
Corpo do artigo
Arranca esta quinta-feira o Festival de Cinema de Berlim com a participação de oito filmes portugueses (quatro "longas" e quatro "curtas"), três dos quais produzidos por Luís Urbano, da O Som e a Fúria.
Em declarações à TSF, a partir de Berlim, Luís Urbano confessa que quer trazer da capital alemã "um Urso" (prémio do Festival de Berlim) e "mercado". O filme que está melhor posicionado para entrar na lógica do mercado global de cinema é o "Cartas da Guerra" que está na competição, uma enorme montra de exposição e por isso é natural que o filme saia de lá com acordos de distribuição para o mundo inteiro".
Mas isto não quer dizer que o mercado português tenha escala internacional. É um mercado "pequeno" e por isso a presença de oito filmes em Berlim é uma "coisa circunstancial", havendo apenas "um grau de aproveitamento muito elevado dos filmes feitos e prontos nesta altura e que não tem paralelo com o que se passa em mais nenhum pais do mundo", sublinha Luís Urbano.
No entanto, para o produtor, o "sucesso internacional do cinema português tem sido regular". Em "Berlim, Cannes e Veneza há todos os anos, com regularidade, filmes portugueses. Aconteceu agora em Berlim esta concentração mas isto é um processo".
"Não me parece que seja a ideia de um cinema 'artesanato' que interessa a estes festivais, o que interessa é o tipo de cinema que se faz em Portugal se destaca por características próprias. É um cinema que é feito de uma forma muito livre, pouco formatada", explica Luís Urbano.
Em Berlim estão oito filmes portugueses, dos quais quatro em estreia mundial.
"Cartas da Guerra" de Ivo M. Ferreira (produção O Som e a Fúria) tem estreia mundial no concurso oficial de longas, enquanto a competição de curtas Berlinale Shorts recebe "Balada de um Batráquio" de Leonor Teles (produção Uma Pedra no Sapato) e "Freud und Friends de Gabriel Abrantes" (produção IndieLisboa).
O Forum, secção não competitiva, acolhe as novas longas de Salomé Lamas, "Eldorado XXI" (produção O Som e a Fúria), e de Hugo Vieira da Silva, "Posto Avançado do Progresso" (produção Leopardo Filmes), e a revelação internacional de "Rio Corgo" de Maya Kosa e Sérgio da Costa (vencedor do DocLisboa 2015, produção O Som e a Fúria).
No Forum Expanded, que força as fronteiras do cinema com as artes plásticas, programa Filipa César, com "Transmissions from the Liberated Zones" (uma encomenda do museu sueco Tensta), e Marie Losier, com "L'Oiseau de la nuit" (IndieLisboa).