Joaquim de Almeida ainda é o mais internacional dos atores portugueses. O eterno vilão celebra esta quarta-feira 60 anos de uma vida dedicada ao cinema e televisão.
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Joaquim António Portugal Baptista de Almeida. O filho e neto de farmacêuticos que preferiu outros papéis para a vida. O sexto de oito filhos para quem Portugal não seria suficiente para chegar aos sonhos. O miúdo que chegou aos 18 anos à antiga Escola de Teatro do Conservatório Nacional - que encerra depois da Revolução de Abril - e dois anos depois seguia rumo à Áustria para continuar os estudos.
Por Viena estudou e foi jardineiro na embaixada do Zaire. Outros dois anos e um novo rumo. Nova Iorque foi o destino. Em 1977, entra no consagrado Lee Strasberg Theatre and Film Institute. Mas não seria apenas esta a escola que iria frequentar pois, para pagar os estudos, começa a trabalhar num bar - La Gamelle - muito frequentado por mafiosos de Nova Iorque. Inspiração para os futuros vilões?
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Fluente em seis idiomas - português, inglês, francês, espanhol, italiano e alemão - Joaquim de Almeida trabalhou em inúmeros países. Uma carreira com mais de 90 filmes para o cinema e para a televisão. Dezenas de participações em séries e voz de alguns videojogos. Muitas vezes o mau da fita, imagem que não o incomoda.
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O primeiro grande papel seria em "O Soldado" (1982) e, no ano seguinte, em "O Cônsul Honorário", ao lado de Richard Gere, Michael Caine e Bob Hoskins. Mas seria a obra dos irmãos italianos Paolo e Vittorio Taviani, "Bom Dia, Babilónia" (1987) a dar-lhe visibilidade a nível internacional.
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Apesar do charme de Hollywood, o ator regressou sempre a Portugal para protagonizar filmes ou fazer participações esporádicas em telenovelas. Filmes como "Adão e Eva" (1995), "Tentação" (1997), "Capitães de Abril" (2000) ou "Os Imortais" (2003), entre tantos outros.
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O miúdo de Lisboa, onde nasceu a 15 de março de 1957, tornou-se também cidadão norte-americano em 2005. Vencedor de vários prémios, como Melhor Ator no Festival de Cinema do Cairo em 1991 e três Globos de Ouro nacionais, foi ainda feito Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique, a 10 de Junho de 1992.